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Estados Unidos e UE fecham o cerco no caso nuclear do Irã

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BRDO PRI KRANJU - Os Estados Unidos e a União Européia ameaçaram nesta terça-feira (10/06) novas sanções caso Teerã não esclareça totalmente seus projetos nucleares; o presidente George W. Bush chegou a afirmar que um Irã dotado de uma bomba atômica seria "incrivelmente perigoso". "O Irã com a arma nuclear seria incrivelmente perigoso para a paz no mundo", declarou Bush na seqüência de uma cúpula EUA-UE na Eslovênia nesta terça, marcando o início de um giro europeu de despedida. Contudo, nada indica que se possa ocorrer uma intervenção militar, enquanto que rumores nesse sentido foram citados recentemente. "Devemos continuar a trabalhar para mostrar (ao Irã) de maneira muito clara que o país tem uma escolha a fazer: aumentar o isolamento ou manter melhores relações com todos nós, suspendendo de maneira verificável o seu programa de enriquecimento" de urânio, disse Bush. O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, irá provavelmente a Teerã no domingo para apresentar - em nome das grandes potências, Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha, França e Grã-Bretanha - uma oferta de cooperação "revigorada" sobre energia nuclear, em relação à proposta de junho de 2006. As grandes potências estão dispostas a facilitar o acesso do Irã à energia nuclear civil, na condição de Teerã demonstrar que não procura se equipar com uma bomba atômica. Em uma declaração comum adotada nesta cúpula de um dia, a UE e os Estados Unidos ameaçam Teerã de sanções suplementares. "Levaremos a efeito plenamente" as três séries de sanções comerciais e econômicas já adotadas e "estamos prontos para acrescentar medidas suplementares", assinala o texto. A Comissária européia para Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, também mandou um recado para Teerã. "Queremos mostrar ao governo iraniano que estamos falando sério e conseqüentemente encaramos a possibilidade de tomar medidas suplementares", como por exemplo, o congelamento de ativos bancários, disse. Se a UE e os Estados Unidos estiverem em comum acordo quando o assunto era o Irã, não foi esse o tom em outro importante assunto do encontro, a luta contra o aquecimento global, onde puderam apenas constatar sua "diferenças", como reconheceu o primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa. O presidente Bush considerou possível concluir, antes do fim do seu mandato, um acordo global sobre a questão climática, mas os europeus se mostraram céticos. Estes insistem na necessidade de fixar objetivos vinculativos de redução das emissões de gases do efeito estufa, enquanto que Washington se recusa veementemente. Bush reafirmou ainda seu apoio à adesão da Turquia ao bloco europeu, um assunto que suscita profundas divisões entre os Estados-Membros. A Alemanha e a França, dois países que Bush vai visitar como parte da viagem - além da Itália e da Grã-Bretanha - não são favoráveis a essa perspectiva. O presidente americano, contudo, quis concluir a sua última cúpula com a UE com uma nota positiva, enquanto que as suas relações com os Europeus, muito tensas durante o seu primeiro mandato devido à guerra no Iraque, se aliviaram atualmente. "Quem que se me suceda irá compreender a importância da UE" para os Estados Unidos, assegurou.