BOGOTÁ - O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Sants, declarou nesta segunda-feira (09/06) esperar que o pedido do presidente venezuelano, Hugo Chávez, à guerrilha das Farc para que liberte os reféns se traduza em realidade. "Tomara que isso se traduza em fatos. Nosso objetivo fundamental e estratégico é que nossos vizinhos colaborem na luta contra o terrorismo", afirmou o ministro à rádio Caracol.
O governo colombiano manifestou na véspera sua surpresa com o apelo de Chávez. "Chávez é um grande defensor e aliado (da guerrilha), e nos surpreende que tenha agido desta maneira", disse o ministro do Interior e Justiça, Carlos Holguín, à imprensa. "Mas isto é bom, tomara que as Farc escutem a mensagem de Chávez", destacou Holguín. "Acho que chegou a hora das Farc libertarem todos os (seqüestrados) que mantêm na montanha a troco de nada. Seria um grande gesto humanitário", afirmou Chávez no "Alô Presidente", seu programa dominical de rádio e TV.
Chávez disse que voltou a pedir a libertação dos reféns porque "agora há um novo chefe à frente das Farc", e exortou Alfonso Cano a "buscar os mecanismos para que todos sejam soltos". O presidente disse ainda que "a essa altura na América Latina, está fora de ordem um movimento guerrilheiro armado e isso deve ser dito às Farc".
Essa é a primeira vez que Chávez envia uma mensagem para Alfonso Cano desde que ele foi anunciado como o número um das Farc, em maio passado. Cano assumiu a direção das Farc após a guerrilha confirmar a morte, no final de março, do fundador e líder histórico, Manuel Marulanda, conhecido como "Tirofijo".