O candidato democrata, Barack Obama, tem conquistado cada vez mais espaço entre uma importante parte do eleitorado que apoiava Hillary Clinton. Uma pesquisa do Instituto Gallup, divulgada nessa sexta (06/06), mostra que 62% dos latinos de todo o país votariam em Obama, contra apenas 29% que optariam por John McCain. A campanha do republicano considerou o resultado ;desanimador;, mas o candidato, aparentemente alheio ao levantamento, reafirmou a necessidade de reforçar as fronteiras do país e não conceder anistia aos imigrantes indocumentados, nem carteira de motorista aos latino-americanos ilegais. McCain já havia desistido de apoiar a reforma migratória, preocupado em conseguir votos entre os mais conservadores.
;O governo federal fracassou na questão da imigração;, afirmou na sexta McCain em entrevista a um grupo de jornalistas que o acompanhou na viagem entre Miami e a reserva natural de Everglades, no sul da Flórida. Mesmo assim, ele elogiou o Plano Mérida, lançado no ano passado pelo presidente George W. Bush para combater o crime organizado e o narcotráfico no México, em parceria com o presidente Felipe Calderón. ;Temos de tornar nossas fronteiras mais seguras. Mas admiro o presidente Calderón pelo que está fazendo;, opinou o candidato republicano.
McCain, senador pelo Arizona (estado fronteiriço ao México) disse ainda que, se for eleito, colocará o livre comércio com a América Latina entre suas prioridades, visando a ;melhorar a democracia; na região, a longo prazo. Segundo McCain, o Congresso errou ao não aprovar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com a Colômbia. ;E, graças aos (congressistas) democratas, o TLC possivelmente não será aprovado este ano;, alfinetou.
Apesar dos resultados da última pesquisa, e de historicamente os hispânicos serem mais inclinados para seu partido, o candidato democrata ainda tem um árduo caminho pela frente. ;A comunidade latina vê Obama como líder de outra minoria, e acredita que ele vai ser preocupar com outras comunidades, não com a nossa;, afirmou Roberto Posada, presidente da Coalizão Latina nos Estados Unidos.
Durante as primárias, Hillary conseguiu o apoio de mais de dois terços dos eleitores latinos, deixando em evidência os problemas do oponente para conquistar esse grupo. Até novembro, Obama busca contar com o apoio de políticos como o governador hispânico do Novo México, Bill Richardson, que está entre os cotados para a vaga de vice, e a própria ex-primeira-dama.