WASHINGTON - O Partido Democrata americano anunciou nesta quinta-feira (05/06) que seguirá a posição de seu candidato à eleição presidencial Barack Obama, recusando ser financiado por lobistas.
"Nosso provável candidato prometeu não aceitar dinheiro de lobistas de Washington, e a partir de hoje o Partido Democrata faz a mesma promessa", anunciou em comunicado o presidente do partido Howard Dean.
"Obama prometeu mudar a maneira como as coisas são feitas em Washington, e essa atitude é um sinal claro desse compromisso. São as prioridades dos americanos (que) determinarão o programa de um governo Obama, e não interesses particulares", acrescentou Dean.
O engajamento anti-lobista de Obama é considerado a pedra fundamental de sua campanha. A condenação em 2006 do lobista pró-republicano Jack Abramoff a mais de cinco anos de prisão foi considerada um fator da vitória democrata nas eleições parlamentares daquele ano.
A equipe do candidato republicano John McCain ficou incomodada com a presença de vários lobistas em seu interior, e teve que afastar cinco colaboradores por esse motivo.
Doações
A análise das doações oferecidas para a campanha de Obama mostra que ele obteve a modesta soma de US$ 115.163 por parte de lobistas no dia 20 de março (de um total de cerca de US$ 265 milhões recolhidos por sua campanha presidencial). Segundo o organismo independente Factcheck.org, ele aceita, por outro lado, doações de esposas de lobistas e de funcionários de sociedades de lobbying que não estejam comprometidos nessa atividade.
Mas um novo escândalo surgiu durante a semana. "Tony" Rezko, empresário e amigo de longa data do virtual candidato democrata à presidência dos Estados Unidos foi considerado culpado, na quarta-feira (04/06), de fraude e corrupção, por usar sua influência política para pedir suborno e conseguir contratos do governo.
Rezko, de 52 anos, um doador generoso para o financiamento das campanhas eleitorais de candidatos democratas e republicanos em Illinois, teria usado sua influência para favorecer amigos e associados em contratos envolvendo o Estado.
O já virtual candidato democrata à Casa Branca, no entanto, não foi envolvido diretamente no processo.
Em 2005, Rita, mulher de Rezko, comprou um terreno vizinho à casa dos Obama em Chicago e lhes revendeu uma parte a um preço inferior ao de mercado, uma transação qualificada de "estupidez" pelo próprio Obama.
Barack Obama restituiu, na forma de doações a obras de caridade, os US$ 85 mil doados pelo casal Rezko à campanha na qual foi eleito senador. Obama fez uma declaração se dizendo "triste" com o veredicto contra Rezko.
"Este não é o Tony Rezko que conheci", destacou Obama, que pediu aos legisladores de Illinois a "darem os passos necessários para evitar este tipo de abuso no futuro".