WASHINGTON - O virtual candidato democrata à Casa Branca Barack Obama prometeu nesta quarta-feira (04/06) eliminar a ameaça representada pelo Irã a Israel, durante um discurso em Washington na principal associação de defesa dos interesses israelenses nos Estados Unidos. "Não há ameaça maior para Israel e para a paz e a estabilidade na região que o Irã", considerou Obama diante dos congressistas da AIPAC, principal lobby pró-israelense nos Estados Unidos. "O perigo iraniano é grave e real e meu objetivo será eliminar essa ameaça", disse.
Foi o primeiro discurso de Obama depois que se declarou candidato do Partido Democrata para a eleição presidencial de novembro. O senador pelo Illinois, que durante a campanha das primárias havia prometido, caso fosse eleito presidente, negociar com o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, é acusado por seu adversário republicano John McCain de ingenuidade e fraqueza ante o Irã.
Na AIPAC, Obama ressaltou seu apoio ao Estado hebreu referindo-se, principalmente, às "ligações indestrutíveis" entre Estados Unidos e Israel. "Como presidente jamais negociarei quando a segurança de Israel estiver em jogo", disse denunciando aqueles que negam o Holocausto, aqueles que querem a destruição de Israel ou ainda aqueles que não reconhecem a existência de Israel.
"Aqueles que ameaçam Israel nos ameaçam", martelou o candidato democrata. Ele prometeu oferecer a Israel todos os meios disponíveis para se defender "de todas as ameaças vindas de Gaza ou Teerã". Obama também prometeu se envolver pessoalmente para ajudar Israel "a estabelecer dois Estados, um Estado judeu de Israel e um Estado palestino vivendo lado a lado em paz e segurança". "Jerusalém deve permanecer como capital de Israel", disse.
Para alcançar esse objetivo de convivência pacífica entre dois Estados, Obama considerou que é necessário "isolar" o Hamas até que essa organização palestina renuncie ao terrorismo, reconheça o direito de Israel a existir e se respeite os acordos passados. "Não há lugar na mesa de negociações para organizações terroristas", disse. "A segurança de Israel é sacrossanta. Não é negociável", acrescentou.
A resposta dos islamistas do Hamas não tardou. O grupo denunciou o discurso do virtual candidato à presidência dos Estados Unidos, considerando que expressava "hostilidade" em relação a árabes e muçulmanos. "Consideramos que as declarações de Obama representam uma nova prova da hostilidade das autoridades americanas em relação aos árabes e muçulmanos", afirmou à AFP Sami Abu Zuhi, um porta-voz do Hamas, que tomou o poder na Faixa de Gaza no ano passado.
Segundo ele, as declarações de Barack Obama sobre Jerusalém "confirmam a existência de um consenso entre os partidos políticos americanos (democrata e republicano) relativo à ajuda ilimitada à ocupação (israelense) em detrimento de palestinos e árabes". "O discurso de Obama destrói qualquer esperança de mudança na política americana em relação ao conflito entre árabes e israelenses", concluiu o porta-voz.