O político russo Grigory Romanov morreu, informou nesta terça-feira (03/06) o Partido Comunista. Romanov era membro do Politburo e visto como principal rival do projeto de Mikhail Gorbachev de se tornar líder soviético nos anos 1980. Segundo a sigla, Romanov faleceu em Moscou, onde vivia aposentado desde perder o duelo político com Gorbachev, em 1985. Ele tinha 85 anos, e a causa da morte não foi revelada.
Romanov tornou-se membro do Politburo que mandava na União Soviética em 1976, quando o país era governado por Leonid Brejnev. O então líder tratava Romanov como seu sucessor. Mas quando Brejnev morreu, em 1982, foi sucedido pelo líder da KGB Yuri Andropov. Este trouxe Romanov para Moscou, encerrando seus 13 anos de poderoso líder partidário em Leningrado. Romanov ainda manteve o posto no Politburo após a morte de Andropov e o breve governo de Konstantin Chernenko. Mas foi afastado pouco depois de Gorbachev tomar o poder, em 1985, como líder da União Soviética.
A carreira de Romanov foi destruída em parte por um escândalo envolvendo o casamento de sua filha, em Leningrado, em 1974. Conforme esquentou a disputa política, surgiram relatos sobre o fausto da cerimônia, supostamente realizada no Palácio Tauride e na qual teria sido utilizada louça emprestada do Hermitage, depois destruída pelos convidados. Romanov negou as acusações, dizendo que a festa ocorreu na própria casa dele. Segundo uma das versões, um dos convidados acidentalmente derrubou um copo. Outros presentes acreditaram que esse era o sinal para a realização da tradição russa de se quebrar a louça lançando-a na lareira.