Pequim - O grupo de direitos humanos Human Rights Watch pediu à China que liberte todas as pessoas presas por envolvimento nos protestos pró-democracia de 1989. Segundo a entidade, a atitude melhoraria a imagem do país antes da Olimpíada de Pequim, em agosto. Sediada em Nova York, a Organização Não-Governamental (ONG) apontou que cerca de 130 manifestantes ainda são mantidos prisioneiros por envolvimento nos protestos, ocorridos sobretudo na Praça da Paz Celestial. Na ocasião, houve uma severa repressão militar. A praça fica no coração da capital chinesa e deve receber destaque da mídia durante a cobertura da Olimpíada. A administração local teme também a ocorrência de novos protestos durante o evento.
"O governo chinês deveria mostrar à audiência olímpica global sua seriedade em relação aos direitos humanos liberando os detentos da Praça da Paz Celestial", afirmou em comunicado Sophie Richardson, diretora do Human Rights Watch na Ásia. Esse ano marca o 19º aniversário do confronto, ocorrido nos dias 3 e 4 de junho entre forças oficiais e os manifestantes. Centenas, ou talvez milhares de pessoas foram mortas, segundo estimativas.
Os líderes comunistas chineses descrevem o evento como um protesto contra o governo e nunca divulgaram um relato oficial completo sobre o que ocorreu. Também não há números disponíveis sobre os manifestantes ainda detidos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, não quis comentar a questão dos prisioneiros e nem sobre possíveis libertações. Qin disse que o governo busca avançar na questão dos direitos humanos ao reformar o sistema legal e melhorar o padrão de vida.