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Ban Ki-moon pede consenso mundial sobre biocombustíveis

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ROMA - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira (03/06) aos participantes na reunião de cúpula da FAO em Roma um maior consenso internacional sobre os biocombustíveis, apontados por muitos como responsáveis pelo aumento dos preços dos alimentos.

Quase 50 chefes de Estado e de Governo se reúnem a partir desta terça-feira por três dias em Roma, sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), para tentar encontrar soluções à crise alimentar mundial provocada pela disparada dos preços dos produtos básicos.

A questão dos biocombustíveis divide os que denunciam o desvio de grãos para a produção do etanol (álcool combustível) ou de plantas oleaginosas para biodiesel. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente no encontro, defendeu de modo veemente no domingo a produção de biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar, por considerar que "não ameaçam a produção de alimentos" e contaminam menos que outros combustíveis.

"Não é o etanol que eleva o preço dos alimentos, porque o Brasil, que produz mais biocombustíveis, também produz mais alimentos", afirmou. Os Estados Unidos, outro grande país produtor de etanol, utilizam como base o milho.

"As políticas alimentares não devem empobrecer"

Ban Ki-moon pediu nesta terça-feira (03/06) aos países que participam na reunião de cúpula da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em Roma que "não se deixem tentar pelas políticas alimentares que empobrecem seus vizinhos". Além disso, Ban defendeu a adoção de medidas de longo prazo para reforçar a segurança alimentar mundial". O secretário-geral das Nações Unidas pediu ainda "compromissos firmes para seguir adiante" e garantiu que será necessário "aumentar os apoios financeiros".