Viena - A Síria convidou inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) a visitarem o país para investigar denúncias de que Israel teria bombardeado em 2007 um local que abrigaria um reator nuclear construído em segredo com ajuda da Coréia do Norte, anunciou nesta segunda-feira (02/06) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O diretor-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, anunciou a visita à Síria entre 22 e 24 de junho ao abrir uma reunião do Conselho de Governadores da AIEA, agência subordinada à ONU.
Israel bombardeou em setembro do ano passado uma instalação no norte da Síria. Somente em abril deste ano os Estados Unidos e Israel denunciaram formalmente que o local seria uma instalação nuclear ainda não terminada que tinha como objetivo fabricar material nuclear para fins militares.
ElBaradei qualificou de "profundamente lamentável" que Israel e os EUA não tenham informado à AIEA a tempo sobre a suposta construção de um reator nuclear na Síria com a ajuda, segundo as autoridades americanas, da Coréia do Norte.
O diretor-geral da AIEA salientou que a Síria tem a obrigação, com base nos acordos assinados por Damasco, de informar de antemão à ONU caso queira construir uma instalação atômica. ElBaradei também criticou o Irã por blindar as investigações da agência sobre um suposto programa nuclear bélico mantido pela república islâmica.
A Síria assegura que as acusações americanas não têm base, enquanto os EUA dizem que o suposto reator destruído em Al-Kibar, no deserto sírio, é muito parecido com o de Yongbyon, na Coréia do Norte.
Além disso, os serviços secretos americanos afirmam que altos funcionários norte-coreanos estiveram várias vezes na Síria e ajudaram a limpar o local bombardeado por Israel.