CIDADE DO VATICANO - O Papa Bento XVI autorizou nesta segunda-feira (02/06) a exposição pública em Turim (norte da Itália), em 2010, do Santo Sudário, a mortalha que, segundo a tradição católica, serviu para cobrir o corpo de Cristo quando foi retirado da cruz.
"A exposição solene do Santo Sudário será organizada em 2010, para dar aos participantes uma oportunidade de contemplar esse rosto misterioso que fala silenciosamente ao coração dos homens, convidando-os a reconhecer a fisionomia de Deus", anunciou o Papa ao receber no Vaticano um grupo de peregrinos provenientes de Turim.
O Santo Sudário de Turim, uma peça de linho de 4,36 m por 1,10 m, descoberto em meados do século XIV no colégio Notre-Dame de Lirey, perto de Troyes, França, foi desde então objeto de discussão entre os que acreditavam em sua autenticidade, os "sindonólogos", e os que duvidam de que tenha servido para envolver o corpo de Cristo. (Síndone, da palavra grega sindón, que passou ao latim (sindonem) significa lençol. O termo sindonologia foi sugerido para indicar o conjunto de estudos sobre o Santo Sudário. Por conseguinte o estudioso da Santa Síndone é denominado sindonólogo.)
Em 1988 tres laboratórios (suíço, inglês e americano) utilizaram a datação por meio do carbono 14 e chegaram à conclusão de que a peça foi tecida na Idade Média, entre 1260 e 1390. No entanto, outros peritos encontraram incrustados nas fibras do tejido pólen e sementes procedentes do Oriente Médio.
Em 2005, um falso sudário foi realizado a pedido da revista francesa "Science et Vie", que dedicou um dossiê ao assunto. A última exposição pública da relíquia foi no ano 2000. O então Papa João Paulo II pediu, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, que fosse venerado pelos fiéis.