PARIS - Pesquisadores identificaram uma variação genética que permite diagnosticar as possibilidades de sobrevivência das mulheres portadoras de câncer de mama, em particular depois de um tratamento de quimioterapia, segundo a revista Nature Genetics.
Heli Nevanlinna, da Universidade de Helsinque, Jiri Bartek, da Sociedade Dinamarquesa do Câncer e seus colegas realizaram o primeiro estudo da variante "NQO1*2", como fator de prognóstico para o tratamento do câncer de mama.
Dessa maneira, fizeram análises genéticas em mais de 2.000 mulheres na Finlândia, estudando a evolução da doença e de seu tratamento.
O diagnóstico do câncer de mama depende de elementos como o estado do tumor, a presença, ou não, de receptores hormonais e a fabricação excessiva da proteína HER2 (HER ), que favorece a proliferação cancerígena.
Esses elementos são empregados para adaptar o tratamento a cada paciente, recordam os autores do estudo. Dessa forma, os pacientes com HER2 podem receber um medicamento adaptado, a Herceptina. São necessários, porém, novos indicadores para encontrar as possibilidades de êxito do tratamento.
A enzima "NQ01" protege as células contra o estresse oxidante que as danifica e acelera seu envelhecimento, atuando contra os processos cancerígenos. Mas o "NQO1*2" - presente em 4% a 20% das pessoas - é uma variação comum do gene da enzima "NQ01" e tem a particularidade de eliminar a produção dessa enzima protetora.
Segundo o estudo, as mulheres que possuem duas cópias da variante "NQO1*2" e que recebem uma quimioterapia à base de antraciclina, como a epirubicina, têm uma taxa de sobrevivência de apenas 17%. Os pacientes com apenas uma cópia de "NQO1*2" têm um índice de sobrevivência de 75%.
Possuir duas cópias da variante também reduz, de maneira significativa, a sobrevivência depois da metástase do câncer de mama.