WASHINGTON - O diretor da CIA, Michael Hayden, afirmou nesta sexta-feira (30/05) que a organização fundamentalista muçulmana Al-Qaeda está praticamente derrotada no Iraque e na Arábia Saudita, e na defensiva em outras regiões, como na fronteira entre Afeganistão e Paquistão.
Em entrevista publicada pelo jornal Washington Post, Hayden declara que as forças de segurança obtiveram grandes vantagens sobre os aliados da Al-Qaeda no Oriente Médio, enquanto a campanha para desestabilizar a liderança central da organização progrediu consideravelmente.
O líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, também está sendo derrotado na batalha da opinião pública no mundo islâmico, e perdeu uma parte considerável de sua capacidade de explorar a guerra do Iraque para recrutar novos membros, disse, segundo o Washington Post. "Fazendo um balanço, estamos indo bem", disse Hayden, advertindo que, apesar disso, a Al-Qaeda continua representando uma séria ameaça.
A lista de metas cumpridas, segundo ele, inclui: "uma derrota estratégica quase total da al-Qaeda no Iraque; uma derrota estratégica quase total da al-Qaeda na Arábia Saudita; derrotas significativas da al-Qaeda -e aqui quero usar a palavra 'ideológicas'- na medida em que boa parte do mundo islâmico rejeita sua forma de praticar o Islã".
Este informe otimista é revelado menos de um ano depois de um relatório de inteligência dos Estados Unidos ter indicado em agosto que a al-Qaeda havia conseguido se reorganizar em um lugar seguro em uma região sem lei na fronteira do Paquistão com o Afeganistão e que estava determinada a praticar novos ataques nos Estados Unidos.
Hayden assegurou que a al-Qaeda perde cada vez mais força, inclusive nessa fronteira, e que as agências de inteligência norte-americanas realizaram na região vários ataques desde junho, utilizando aviões não-tripulados para chegar aos esconderijos dos membros da al-Qaeda.
Na véspera, a conferência internacional de Estocolmo sobre o Iraque terminou com a aprovação unânime de uma declaração reconhecendo os esforços do governo de Bagdá para melhorar a segurança e "combater a violência e o terrorismo" no país.
Ao todo, cerca de cem delegações participaram da conferência. Entre os presentes, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki.
Entretanto, enquanto na capital sueca os progressos do Iraque eram exaltados por delegados do mundo inteiro, dois atentados suicidas deixaram pelo menos 20 mortos e mais de 40 feridos no país.