A junta militar que governa Mianmar acusou nesta quinta-feira (29/05) os simpatizantes de Aung San Suu Kyi, líder da oposição e prêmio Nobel da Paz, de explorar politicamente a catástrofe humanitária provocada pelo ciclone Nargis para estimular a revolta da população.
O jornal oficial New Light of Myanmar afirma na edição desta quinta-feira (29/05) em um editorial que a Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido de Suu Kyi, "tenta explorar a situação politicamente, ao invés de cooperar com a população". "A LND tenta atiçar o descontentamento das vítimas e os problemas, para que a ira da opinião pública resulte em distúrbios", acrescenta o jornal, que critica o "egoísmo e a falta de escrúpulos" do principal partido de oposição.
O ciclone Nargis, que devastou o sul de Mianmar nos dias 2 e 3 de maio, deixou oficialmente mais de 133.600 mortos e desaparecidos, além de 2,4 milhões de desabrigados. As autoridades birmanesas prolongaram na terça-feira por um ano a prisão domiciliar de Aung San Suu Kyi, em vigor desde 2003.