WASHINGTON - Um juiz americano deu início nesta terça-feira (27/05) a um processo contra 35 pessoas presas em Washington durante uma manifestação de repúdio ao centro de detenção da base naval de Guantánamo, em Cuba.
No dia 11 de janeiro deste ano, sexto aniversário da chegada dos primeiros prisioneiros da "guerra contra o terror" a Guantánamo, dezenas de pessoas foram detidas por protestar sem permissão dentro e fora do prédio da Suprema Corte americana.
Reunidos sob o lema "Witness against torture" (Testemunhas contra a tortura), os ativistas não portavam documentos de identidade - mas documentos emprestados de alguns dos detidos em Guantánamo, sem processo e classificados de "combatentes inimigos".
Apesar do oferecimento da promotoria de retirar as acusações em troca de um compromisso de ficarem "tranqüilos", 35 manifestantes preferiram ir a julgamento, para poder levar o nome de "seus" respectivos prisioneiros perante a Justiça.
Sem defesa
Na manhã desta terça-feira, os acusados anunciaram em Washington sua decisão de recorrer a um advogado. Doze deles, que chegaram vestindo trajes cor de laranja semelhantes aos usados pelos presos de Guantánamo, disseram que não falariam nada para se defender.
"Não exerceremos nossos direitos enquanto nosso país continuar negando a outros seus próprios direitos", escreveu Matthew Daloisio - que assumiu o nome de Yasser al-Zahrani, prisioneiro saudita que em 2006 cometeu suicídio em Guantánamo - em uma declaração encaminhada ao juiz encarregado do caso, Wendell Gardner.
Os ativistas de todas as idades - entre eles um sacerdote e vários pastores, - estão sendo processados por "apologia" e "discurso ilegal", e podem ser condenados a até três anos de prisão.