LOS ANGELES - O diretor americano Sydney Pollack, falecido na segunda-feira aos 73 anos, mundialmente conhecido por sua adaptação para o cinema do romance de Karen Blixen "Out of Africa" ("Entre Dois Amores", 1985), contou muitas histórias de amor permeadas de exotismo e consciência social.
Considerado o último dos grandes diretores românticos, Sydney Pollack dirigiu dezenas de estrelas de Hollywood, como Robert Redford (sete vezes), Paul Newman (duas vezes), Meryl Streep, Barbra Streisand, Dustin Hoffman, Harrison Ford, Tom Cruise e muitos outros. Além disso, foi um celebrado ator (atuou para diretores como Woody Allen e Robert Altman) e produtor.
Pollack nasceu no dia 1º de julho de 1934 em Lafayette, Indiana (norte), em uma família de imigrantes judeus russos. Filho de um farmacêutico, queria ser dentista na juventude. Aos 17 anos, no entanto, descobriu Nova York e foi trabalhar com comédia. Muito cedo, com apenas 20 anos, já trabalhava como professor de arte dramática na Neighborhood Playhouse, função que se viu obrigado a interromper por dois anos para servir no Exército.
Após as estréias no teatro e, pouco depois, na televisão, onde trabalhou em várias séries, partiu para Los Angeles e passou para o outro lado da câmera em 1965, com "The Slender Thread". Consagrou-se definitivamente como diretor na década de 70, tanto para a crítica quanto para o público, graças a filmes como "A Noite dos Desesperados" ("They shoot horses, don't they ?", 1969), "Mais Forte que a Vingança" ("Jeremiah Johnson", 1972) e "Nosso Amor de Ontem" ("The way we were", 1973), hoje considerados clássicos do cinema.
Indicado ao Oscar de Melhor Diretor por "Tootsie", em 1982, é finalmente premiado pela academia em 1986 por "Entre Dois Amores", considerado por muitos como a obra-prima de sua vida. A produção recebeu ainda outras seis estatuetas, entre as quais Melhor Filme. Defensor ardoroso do indivíduo e de um certo lirismo, Sydney Pollack - afetado pelo fracasso comercial de "Havana", em 1990 - passa a se dedicar com sucesso também à produção, com filmes como "Voltar a Morrer" ("Dead Again", 1991), "O Paciente Inglês" ("The English Patient", 1996), "O Talentoso Ripley" ("The Talented Mr. Ripley", 1999) e "Cold Mountain" (2003).
Com "A Firma" ("The Firma, 1993), com Tom Cruise e Gene Hackman, adaptado do romance best-seller de John Grisham, Pollack volta ao topo, ao mesmo tempo em que retoma um de seus temas preferidos: a corrupção. Seu último filme como realizador foi "Esboços de Frank Ghery" ("Sketches of Frank Gehry", 2005), documentário sobre o arquiteto que concebeu o famoso museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha. Sydney Pollack era casado desde 1958 com Claire Griswold, com quem teve três filhos.