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Parlamento amplia estado de emergência no Egito

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Cairo - O Parlamento do Egito ampliou nesta segunda-feira (26/05) o estado de emergência no país. A medida foi tomada a pedido do presidente Hosni Mubarak, apesar de sua promessa de campanha, em 2005, de abolir a polêmica legislação. A lei passou por 305 votos a favor e 103 contra. Não houve abstenções e o restante dos 454 membros não estava presente na sessão de hoje. O texto concede ao governo amplos poderes para prender suspeitos. A agência de notícias estatal Mena informou que o primeiro-ministro do país, Ahmed Nazif, alegou perante o Parlamento que a extensão era necessária para proteger o Egito de terroristas. Houve protestos dos oposicionistas, que acusam o gabinete de usar essa concessão para sufocar os adversários políticos. Segundo Nazif, haverá ainda a redação de uma lei egípcia antiterrorismo. Sem especificar datas, o primeiro-ministro garantiu que ocorrerá antes da votação no Parlamento um debate na sociedade sobre o tema. A lei está em vigor há 27 anos ; desde que Mubarak tomou o poder após islamitas extremistas assassinarem seu antecessor, Anwar Sadat, durante uma parada militar. Tem sido renovada a cada dois anos desde então. Os Estados Unidos já pediram a Mubarak que suspenda a medida, considerada abusiva por grupos de defesa dos direitos humanos e pela oposição. O Egito é o país árabe que mais recebe auxílio dos Estados Unidos. Durante uma visita na semana passada, o presidente norte-americano, George W. Bush, criticou vagamente o aliado por sua política em relação aos direitos humanos. Para Bush, o Egito deve "liderar a região em matéria de reforma política". Nos últimos meses, o governo local tomou novas medidas contra ativistas pró-democracia, sindicalistas e outras pessoas que acusam Mubarak de não realizar as prometidas reformas. Em abril e maio foram presos vários ativistas durante protestos contra a inflação, especialmente pelo aumento dos preços dos alimentos.