O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, disse neste domingo (25/05) que a violência contra imigrantes já deixou pelo menos 50 mortos no país. Em discurso de dez minutos televisionado em rede nacional, Mbeki declarou que "as ações vergonhosas de uns poucos mancharam o nome da África do Sul" e qualificou os atos de violência contra imigrantes como "uma desgraça absoluta"
O presidente afirmou que os sul-africanos deveriam lembrar-se de que a economia do país foi construída com a ajuda de imigrantes de várias regiões da África e que os países vizinhos ajudaram no combate ao regime do apartheid, dominado pela minoria branca
Um porta-voz da polícia disse que as duas semanas de atos violentos contra imigrantes já deixaram 50 mortos e que o Exército continuará a ajudar as forças policiais na tentativa de impedir novos distúrbios. Segundo o porta-voz da polícia da província de Gauteng, Govindsamy Mariemuthoo, "não há mudanças neste estágio, até que fiquemos satisfeitos que a paz está restaurada"
Milhares de imigrantes que foram para a África do Sul para escapar de guerras em seus países, como Congo, Ruanda e Zimbábue continuam abrigados em acampamentos improvisados, depois de terem sido expulsos de suas casas por multidões de sul-africanos que os acusam de "roubar" empregos
Outro dirigente político sul-africano a condenar a violência contra imigrantes neste domingo foi Jacob Zuma, presidente do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) e visto como provável sucessor de Mbeki na eleição presidencial de 2009. "Nós estamos humilhados, como nação, perante o continente africano e o mundo. Nós humildemente pedimos a compreensão da África. Faremos o que estiver ao nosso alcance para assegurar que a África do Sul não se torne refúgio para pessoas que perpetram o ódio, o tribalismo e a xenofobia", disse Zuma