Brasília - A União Sul-Americana de Nações (Unasul) terá um período de carência de cinco anos até começar a agregar vizinhos da América Central e do Caribe que venham a se interessar por esse processo de integração. Otimistas, os negociadores do documento previram que os pedidos de adesão vão aparecer. O texto prevê que somente os países que tenham passado quatro anos na condição de estados associados poderão se candidatar. A adesão será decidida por consenso pelos presidentes - como tudo o que for discutido na Unasul. O documento firmado hoje pelos 12 países da região não impõe a vigência da democracia plena como condição para a permanência na Unasul.
A estrutura de decisão da Unasul repetiu, com alguma flexibilidade, a do Mercado Comum do Sul (Mercosul). No tratado, curiosamente, todas as autoridades são mencionadas nos gêneros feminino e masculino. O comando estará nas mãos do conselho de "chefes e chefas" de Estado. Abaixo, estará o conselho de "ministros e ministras" de Relações Exteriores. Na negociação para valer, estará o conselho de "delegados e delegadas" e, por fim, a secretaria-geral - o órgão executivo com poder minguado, como no caso do Mercosul, que terá a sede em Quito. A cada ano, um país presidirá, temporariamente, a Unasul. Desde hoje, é a vez do Chile.
A pressão da Bolívia, Venezuela e Equador para a criação imediata de um parlamento sul-americano, com sede em Cochabamba, na Bolívia, foi, diplomaticamente, podada. O tratado prevê que a formação dessa Casa será objeto de um protocolo adicional, sem prazo para negociado. O texto firmado hoje deverá entrar em vigor 30 dias depois de nove países, no mínimo, terem ratificado o tratado nos congressos. Até lá, a secretaria-geral será instituída, por decisão dos presidentes, e os grupos de trabalho começarão a se reunir.