O novo governo do Paquistão firmou nesta quarta-feira (21/05) um acordo de paz com militantes islâmicos em uma área do noroeste do país. Alguns funcionários ocidentais temem que esse processo diminua a pressão sobre a linha-dura do Taleban e da Al-Qaeda. O acordo é relativo ao Vale do Swat, outrora um idílico destino turístico, localizado 150 quilômetros ao noroeste da capital paquistanesa, Islamabad. Na área, seguidores de um clérigo fundamentalista enfrentam forças de segurança há quase um ano. Pode ser difícil que o acordo vigore de fato. Ontem, militantes mataram um policial em um posto de controle da região, informou o Exército.
O plano de paz, com 15 pontos, foi anunciado nesta quarta-feira, após uma série de encontros entre os dois lados na capital regional, Peshawar. Segundo Bashir Bilour, ministro do governo da Província da Fronteira Noroeste, os militantes concordaram em reconhecer a autoridade do governo, interromper os ataques e entregar qualquer militante estrangeiro na área. Já o governo libertará prisioneiros e fará concessões limitadas ao clérigo Maulana Fazlullah, que pretende impor a lei islâmica na região.
Segundo Bilour, o Exército seria retirado "gradualmente" da área. "Os dois lados são sinceros em relação ao estabelecimento da paz no Swat." Ali Bakht Khan, enviado de Fazlullah, pediu ao governo que solte 202 homens presos nas últimas duas semanas. O ministro afirmou que essa demanda "será examinada" depois. Os novos líderes do Paquistão tentam utilizar uma estratégia que privilegia a negociação para buscar a paz no país. Já o presidente Pervez Musharraf optou sobretudo pela repressão aos militantes.