GENEBRA - A crise alimentar, as mudanças climáticas e o vírus da gripe aviária H5N1 são as três maiores ameaças mundiais à saúde da população, alertou nesta segunda-feira (19/05) Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Estes três acontecimentos críticos, estas ameaças evidentes à segurança internacional, são capazes de reduzir a nada, grande parte do progresso em matéria de saúde adquirido com tanto esforço", declarou Chan na abertura da assembléia anual da organização.
Duas destas ameaças não são do âmbito da saúde, mas é a saúde do homem que "pagará o preço" nos três casos, destacou a diretora.
A OMS e a ONU já identificaram 21 regiões do mundo em estado crítico onde a desnutrição é severa e crônica, indicou. As famílias pobres dedicam até 75% de sua renda à compra de alimentos, lembrou Chan, afirmando que a alta dos preços dos alimentos - e, por conseqüência, da ajuda alimentar humanitária - consumirá fundos dedicados à saúde. No caso do aquecimento global, os mais afetados também serão os mais pobres, advertiu a diretora da OMS.
A 61ª Assembléia Mundial da Saúde acontece em Genebra até sábado. Os delegados dos países membros discutirão os preparativos para combater uma pandemia de gripe aviária, a propriedade intelectual de medicamentos, a luta contra o alcoolismo e as conseqüências das mudanças climáticas para a saúde.
Margaret Chan disse que os agentes de saúde podem atuar diretamente contra a pandemia de gripe aviária, e que devem estar preparados. "A ameaça (de pandemia) não diminuiu nem um pouco, e seríamos imprudentes em baixar a guarda", concluiu.