O Brasil irá negociar um acordo que permita o lançamento de satélites norte-americanos a partir do Centro Espacial de Alcântara. O diretor-geral brasileiro da Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral, disse que a empresa pretende disputar o mercado dos Estados Unidos, o mais aquecido mundialmente. Um acordo negociado durante o governo Fernando Henrique foi rejeitado pelo Congresso, impedindo o lançamento de satélites estadunidenses a partir de território brasileiro.
A ACS é uma empresa binacional criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia em 21 de outubro de 2003. Ela comercializará lançamentos de foguetes Cyclone-4 a partir de Alcântara, no Maranhão. O primeiro disparo de qualificação, levando um satélite científico japonês, está previsto para 2010. "É uma prova de confiança no nosso serviço, pois disparos de qualificação nunca são feitos com carga útil", destacou Oleksandr Serdyuk, diretor-geral ucraniano.
O Projeto Cyclone-4 foi estabelecido para o desenvolvimento de um Veículo Lançador avançado e de um Sistema de Lançamento Espacial com o objetivo de suprir os programas brasileiro e ucraniano, sendo também extensivo a outros países. O Brasil e a Ucrânia poderão, com este projeto, lançar seus próprios veículos e satélites, garantindo acesso independente ao espaço para fins pacíficos.
A Ucrânia detém tecnologia de construção de foguetes e lançamentos desde a época em que era parte da União Soviética. Com a independência do país, tornou-se um dos mais importantes concorrentes do mercado de lançamentos, registrando mais de 200 missões bem sucedidas com a família de foguetes Cyclone.O objetivo do projeto conjunto Brasil/Ucrânia para o Cyclone-4 prevê a criação de um complexo moderno de lançamento que permita colocar em órbitas baixas (altura de aproximadamente de 500 km) equipamentos espaciais com massa de até 5.300 kg, e em órbita intermediária geoestacionária equipamentos com massa de até 1.600 kg.