Um diplomata chinês criticou nesta sexta-feira (16/05) políticos alemães que pretendem se encontrar com o dalai-lama, durante uma visita de cinco dias do religioso ao país europeu. A China também fez uma reclamação formal sobre o plano de uma ministra alemã para se encontrar com o líder exilado tibetano. A informação foi divulgada por Andreas Peschke, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão.
Quando a primeira-ministra Angela Merkel se encontrou com o dalai-lama, em setembro, foi alvo de críticas de Pequim. Dessa vez, Merkel está na América do Sul e não se reunirá com o dalai-lama, que está na Alemanha para uma série de palestras. O ministro das Relações Exteriores e o presidente também não têm encontro previsto com ele. Mas a ministra do Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul, deve se encontrar com o dalai-lama na segunda-feira (19/05). Ele também deve se reunir com dois governadores de Estado do partido conservador de Merkel e com o presidente do Parlamento alemão.
Autonomia
"Somos decididamente contra qualquer recepção oficial para o dalai-lama na Alemanha, porque acreditamos que o dalai, apesar de suas declarações negando a independência como um objetivo, está comprometido com a independência do Tibete", disse Zhang Junhui, porta-voz da Embaixada chinesa, ao canal alemão ARD. Já na Alemanha, o dalai-lama voltou a dizer que não busca a independência da província do Tibete, mas apenas autonomia e paz com Pequim.
Segundo ele, o Tibete deve continuar na China, mas o país deve salvaguardar a cultura, a linguagem e a espiritualidade da província. Violentos protestos contra o domínio chinês começaram em março na capital tibetana, Lhasa. Os protestos se espalharam em seguida para três províncias próximas.