BUENOS AIRES - O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) assumiu nesta quarta-feira (14/05) a presidência do Partido Justicialista (PJ, peronista), em meio a uma dura disputa entre o poderoso setor agropecuário e o governo de Cristina Kirchner. O ato partidário, realizado em um estádio de futebol na periferia oeste de Buenos Aires, onde se contavam mais 20 mil pessoas, foi uma demonstração de força do casal Kirchner que, na prática, governa junto o país.
Conhecido por ser rígido com seus inimigos, o discurso de Kirchner como novo presidente do PJ gerava expectativas, em meio ao conflito no setor agropecuário. Os produtores e empresários agropecuários recusam a política fiscal adotada pelo governo desde março passado, cuja autoria é atribuída ao próprio Kirchner, e que causou a queda do ex-ministro da Economia Martin Lousteau.
A crise do campo afetou também o senso partidário e governadores ausentaram-se, como Juan Schiaretti, da rica província de Córdoba (centro), assim como outros descontentes com a administração do conflito. No ato assumiram também 74 dirigentes do Conselho nacional do PJ, entre eles vários governadores, para normalizar o partido mais poderoso da segunda metade do século XX na Argentina, fundado pelo ex-presidente Juan Perón (1946-52, 1952-55 e 1973-74).