Beirute - Subiu para pelo menos 11 o número de mortos nesta sexta-feira (09/05) no terceiro dia de confrontos entre partidários do governo libanês e opositores ligados ao Hezbollah. Também hoje, milicianos xiitas tomaram o controle de amplas áreas do setor muçulmano de Beirute. A violência começou anteontem, quando simpatizantes do Hezbollah interditaram ruas e avenidas de Beirute durante uma greve convocada por sindicatos em protesto contra a política econômica do governo e por melhores salários. A greve degenerou em violência entre integrantes das facções rivais libanesas.
A situação agravou-se ontem, quando o líder máximo do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse ter interpretado como "uma declaração de guerra" uma medida do governo libanês contra a rede de telecomunicação militar mantida pelo braço armado do grupo xiita, que conta com apoio da Síria e do Irã.
Com o líder sunita Saad Hariri e o druso Walid Jumblatt sitiados em suas residências na zona oeste de Beirute, a maioria governista do Parlamento convocou hoje uma sessão extraordinária em uma colina no coração da área cristã no setor nordeste, informou a TV LBC, favorável ao governo.
O primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, estava reunido com diversos de seus ministros em seu gabinete no centro de Beirute. Soldados e policiais guardam o local. Não houve nenhuma movimentação contra o local por parte dos seguidores do Hezbollah que há quase um ano e meio revezam-se em um acampamento diante da sede do governo em protesto contra a crise política no país.