O comando da campanha de Barack Obama está convencido de que o senador só não virou o jogo e saiu vitorioso na última terça-feira em Indiana ; onde Hillary Clinton teve magros 14 mil votos de vantagem, ou 2% da votação total ; graças à interferência deliberada de um radialista republicano. Rush Limbaugh, direitista convicto e adversário de longa data do casal Clinton, fez insistentes apelos aos eleitores republicanos para que se inscrevessem em massa para votar na primária democrata, aproveitando a permissão dada pela legislação estadual, e ajudar Hillary a vencer, com o objetivo de manter embolada a disputa pela candidatura.
Durante toda a terça-feira, Limbaugh transmitiu depoimentos de eleitores que atenderam ao seu pedido, uma campanha que ele batizou de Operação Caos. ;Teve gente que chegou para votar, pediu cédula para a primária democrata e, quando o funcionário perguntou para quê, respondeu: ;Operação Caos;, e caiu na gargalhada;, divertiu-se o radialista.
No dia seguinte, ainda faturando o que considerou um ;sucesso absoluto;, Limbaugh deu oficialmente por encerrada a manobra, alegando que Obama seria o adversário dos sonhos para o republicano John McCain. ;Agora estou convencido de que ele é o pretendente democrata mais fraco;, disse o radialista. ;Ele pode conquistar os almofadinhas, os riquinhos das universidades, os jovens e os negros, mas com isso eles não ganham a eleição.;
;Ele foi claramente um fator que influenciou os resultados;, comentou o chefe de campanha de Obama, David Plouffe. Mais incisivo, o senador John Kerry, candidato derrotado à Casa Branca em 2004 e um dos primeiros nomes de peso a aderirem à candidatura do agora favorito, sugeriu que a ação do radialista coincide com a tática eleitoral dos adversários. ;Rush Limbaugh andou interferindo nas primárias democratas, e os republicanos já disseram claramente que preferem Hillary Clinton como adversária em novembro;, acusou Kerry.