SANTA CRUZ - Camponeses dos povoados da região boliviana de Santa Cruz e de um bairro pobre da cidade de mesmo nome, capital departamental, destruíram neste domingo urnas de votação que seriam usadas no referendo que tenta aprovar o estatuto de autonomia, informou a televisão local.
Dezenas de camponeses foram até uma praça pública de San Julián, a 145 km da cidade, para impedir o início do plebiscito, destruindo as urnas entregues pelo tribunal eleitoral departamental. O vandalismo foi registrado pela televisão local.
Os manifestantes entraram em conflito com funcionários do tribunal eleitoral, atacando aqueles que tentavam montar as mesas de votação. No povoado de Yapacaní, a noroeste de Santa Cruz, outro bolsão controlado pelo presidente Morales, grupos de camponeses queimaram urnas e impediram o início da votação.
O dirigente do sindicato de colonizadores da Bolívia, Fidel Zurco, havia alertado que os camponeses e indígenas ligados ao governo rejeitavam a consulta popular, já que foi convocada sem a aprovação dos habitantes do departamento e porque levará à divisão da Bolívia.
Enquanto urnas eram destruídas nas zonas rurais, outros incidentes foram registrados num local de votação do bairro 'Plan 3.000', onde grupos de moradores chegaram armados com pedras e paus para impedir o referendo. Autoridades da Corte Departamental Eleitoral admitiram os distúrbios e anunciaram que, de acordo com o Código Eleitoral, as mesas de votação danificadas serão repostas nas próximas horas.