JERUSALÉM - Em visita ao Oriente Médio para tentar incentivar a retomada das negociações entre israelenses e palestinos, Condoleezza Rice condenou a atitude de Israel, que se recusa a retirar os postos de cntrole instalados na Cisjordânia. A secretária de Estado americana, que se encontrou neste sábado com o primeiro-ministro Ehud Olmert, teve uma reunião neste domingo com o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, e com o primeiro-ministro palestino, Slam Fayyad, para discutir este tema em particular.
Antes de sua chegada, Rice expressou sua intenção de pedir que sejam desativados mais postos de controle nas estradas da Cisjordânia, afirmando que apenas os que já foram desmontados por Israel não foram o suficiente para melhorar a vida dos palestinos. "A primeira coisa que temos a fazer é examinar o que aconteceu com aqueles que supostamente já foram desativados", declarou, aparentemente cética.
Segundo um rlatório da ONU, Israel eliminou 44 dos 61 postos de controle que havia se comprometido a desativar para melhorar a circulação dos palestinos pelo território. A maioria dos escolhidos, no entanto, é de pouca ou nenhuma importância. Israel "retirou 17 trincheiras que não têm nenhuma influência" e eliminou "nove postos de importância mínima", afirma o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.
Neste domingo, a chefe da diplomacia americana viajou para Ramalah, na Cisjordânia, onde deve se encontrar com o presidente palestino Mahmud Abbas. Ele, por sua vez, tem uma reunião na segunda-feira com Olmert, disse o negociador palestino Saëb Erakat, informação confirmada pelo primeiro-ministro israelense.
Olmert, que neste momento é alvo de investigações sobre um escândalo de corrupção,destacou que isso "modifica a agenda de seu governo e do Estado de Israel". Condoleezza também se reunirá neste domingo com os principais negociadores dos dois lados: a chanceler israelense, Tzipi Livni, e o ex-primeiro-ministro palestino Ahmed Qorei.
As duas partes mantêm conversações a portas fechadas há meses. Segundo um alto funcionário israelense, Condoleezza tentará obter a elaboração de um documento destacando os principais avanços alcançados até agora. "Há, no entanto, poucas chances de que o tal documento seja divulgado, já que os dois lados desejam manter o conteúdo de seus diálogos em segredo até que um acordo abrangente seja concluído", afirmou o funcionário.
A caminho do Oriente Médio, Condoleezza Rice fez uma escala em Londres, onde participou de várias reuniões na quinta e sexta-feira. A mais importante delas foi a do Quarteto Internacional para o Oriente Médio, do qual fazem parte Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia. O grupo pediu a Israel que interrompa "todas as construções nos assentamentos" judeus na Cisjordânia e alivie o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.
Condoleezza, por sua vez, denunciou a pouca disposição apresentada até agora por parte de alguns países árabes ricos em liberar a ajuda econômica prometida à Autoridade Nacional Palestina (ANP).