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Obama admite dificuldade em disputa com Hillary

O democrata falou sobre a semana difícil, quando perdeu na Pensilvânia e rompeu publicamente com seu ex-pastor

O senador democrata Barack Obama admitiu hoje (02/05) ter tido "duas semanas difíceis" na disputa contra a também senadora Hillary Clinton pela candidatura do partido às eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos. A admissão foi feita durante reunião com integrantes de sua comissão de finanças em Indianápolis e se referiu à derrota para Hillary na primária da Pensilvânia, no último dia 22, e às novas controvérsias com seu ex-pastor Jeremiah Wright. Na terça-feira, Obama viu-se obrigado a romper publicamente com Wright, depois de o religioso ter acusado o senador de só ter criticado suas afirmações de que os Estados Unidos são um país racista por ser candidato à presidência. "Tivemos de superar muitos problemas durante as últimas semanas" afirmou Obama a repórteres. "Mas os eleitores não querem drama. O que procuram é alguém que resolva seus problemas." As derrotas de Obama para Hillary nos Estados industriais de Pensilvânia e Ohio levantaram dúvidas sobre a capacidade dele de atrair os eleitores brancos da classe operária, que poderiam ser cruciais em uma eventual disputa com o republicano John McCain. No mês passado, o senador foi chamado de elitista por Hillary e McCain por ter afirmado que "amargurados" eleitores de cidades pequenas "recorrem às armas e à religião" por estarem frustrados com sua situação econômica. "Não reconheço a caricatura que pintaram de mim. Na verdade, a vida que levo com (minha mulher) Michelle se aproxima mais dos eleitores médios do que a dos outros candidatos", afirmou. As declarações de Obama foram feitas quatro dias antes de duas primárias cruciais da disputa democrata. Na terça-feira (06/05), ele e Hillary competem pelos 115 delegados da Carolina do Norte e pelos 72 de Indiana. Como Obama lidera no total geral do número de delegados, Hillary precisa vencer em um dos Estados para se manter viva na disputa.