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Fritzl ameaçava matar filha e crianças com gás

O austríaco os ameaçava de morte várias vezes, caso eles tentassem fugir do cativeiro

O austríaco que manteve a filha presa por 24 anos e teve sete filhos com ela ameaçou várias vezes matá-los com gás se tentassem dominá-lo e fugir do cativeiro, disse um porta-voz dos investigadores. Separadamente, as autoridades disseram que Josef Fritzl forçou a filha a escrever uma carta no ano passado que indica que ele poderia estar planejando libertá-la dos porões sem janela nos quais ela vivia com três de seus filhos. O coronel Franz Polzer disse que Elisabeth Fritzl escreveu para a família, que acreditava que ela teria aderido a uma seita, afirmando que ela queria voltar para a casa, "mas que não era possível ainda". Testes de DNA na carta provaram que Elisabeth, 42 anos, escreveu a carta, mas Polzer disse que ela foi forçada a fazê-lo pelo pai. "Ele poderia ter planos de libertá-la do cativeiro em algum momento", disse Polzer. "Isto apenas mostra como ele planejou tudo perfeitamente" O elaborado crime de Fritzl chegou ao conhecimento das autoridades em 19 de abril quando uma das filhas de Elisabeth, Kerstin, de 19 anos, foi admitida num hospital sofrendo de uma doença relacionada a uma infecção não identificada. Os médicos então fizeram um apelo pela tevê para que a mãe de Kersin se apresentasse, porque precisavam de informações sobre o histórico médico da filha. Fritzl então acompanhou Elisabeth ao hospital e a história veio à tona "Isso mostra que ele deve ter tido uma centelha de humanidade", disse Polzer. Enquanto isso, o porta-voz do birô federal de investigações Helmut Greiner disse que os investigadores estão checando para verificar se Fritzl havia de fato instalado um mecanismo que poderia jogar gás no porão sem janelas como ele afirmou durante o interrogatório inicial da polícia. Os especialistas também estão checando outra informação de Fritzl, de que a porta reforçada que levava ao porão tinha um mecanismo que a abriria automaticamente ou permitiria sua fácil abertura pelo lado interno caso ele se ausentasse por um período muito longo, disse Greiner Um homem que afirma ser ex-inquilino de Fritzl disse que ouviu ocasionalmente ruídos suspeitos da área de confinamento durante os 12 anos em que morou na residência a partir de 1995. Alfred Dubanovsky disse à AP que ocasionalmente ouviu "batidas" e o que parecia objetos sendo derrubados enquanto viveu no apartamento térreo do prédio de propriedade de Josef Fritzl e acima do porão de confinamento. Ele disse à AP que perguntou a Fritzl se os ruídos vinham do aquecedor a gás do porão e Fritzl respondeu "sim". Em outra ocasião, Fritzl afirmou: "Esta casa vai fazer história um dia", disse Dubanovsky Fritzl dizia a todos os residentes do apartamento que o porão estava fora de seus limites e que eles eram proibidos de tirar fotos da área, ele disse, acrescentado que Fritzl ameaçava expulsar os que desrespeitassem o acordo verbal. Fritzl uma vez perguntou se ele queria mudar de seu apartamento no térreo por um maior no andar superior, mas ele se recusou, disse Dubanovsky. As informações são de agências internacionais