BERLIM - Objetos pré-colombianos, em particular maias e incas, avaliados em US$ 100 milhões, foram apreendidos na semana passada em um depósito de Munique, anunciou nesta quarta-feira (30/04) a polícia alemã. Segundo a polícia, a operação aconteceu a pedido das autoridades da Costa Rica, que afirmam que as peças pertencem a seu país. O tesouro também é reivindicado por Peru, Colômbia, Panamá, Guatemala e El Salvador. Um colecionador da Costa Rica alega ser o proprietário das peças.
A coleção foi exposta em 1997 em Santiago de Compostela (Espanha) e as autoridades de Munique investigam se foi levada ilegalmente para a Alemanha. O conjunto é composto por cerca de mil máscaras, esculturas de ouro, jóias e pedras preciosas de maias, aztecas e incas.
O colecionador costa-riquenho Leonardo Augustus Patterson, de 66 anos, residente na Alemanha, que organizou o transporte dos objetos da Espanha para a Alemanha, garante que o tesouro lhe pertence. Segundo a imprensa guatemalteca, Patterson é conhecido na América Central por ser um "ladrão de tesouros".
Investigações
A polícia alemã destacou que "até o momento não há informações que permitam afirmar que estes objetos foram roubados". O jornal El País acredita que as peças fazem parte da coleção apresentada ao público em Santiago de Compostela por ocasião da visita da prêmio Nobel da Paz e líder indígena guatemalteca, Rigoberta Menchú.
Segundo o jornal, o governo da Galícia, que patrocinou a exposição, esteve a ponto de comprar a coleção, por 18 milhões de euros, mas a operação fracassou diante da "procedência duvidosa das peças". Após a exposição em Santiago de Compostela, as peças não foram devolvidas a seus países de origem, seguindo para um depósito de segurança.
Na coleção há 21 peças de ouro e cobre encontradas na tumba do "senhor de Sipán", pertencente à cultura Mochica, que foi saqueada em 1986. De acordo com a Lei do Patrimônio espanhol, após dez anos na Espanha, as peças passam ao patrimônio do Estado, destaca o jornal El País. É no mínimo uma investigação complexa, disse à France Press um porta-voz da polícia de Munique. Até então, o tesouro ficará na Baviera, em um local secreto.