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Francesa foi abusada pelo pai por 28 anos

Assim como a austríaca Elisabeth, a francesa Lydia também teve filhos com o pai

PARIS - Lydia Gouardo, de 45 anos, da cidade de Coulommes, a cerca de 40 km de Paris, conheceu uma situação semelhante a da austríaca Elisabeth Fritzl, ao ser abusada pelo pai entre 1971 e 1999 - e ter tido seis filhos com ele nesse período. Apesar de Gouardo não ter sido presa como a austríaca, seu pai, Raymond, conseguiu mantê-la sempre junto a ele, desde sua infância até os 36 anos. Raymond, que não era pai biológico de Lydia, mas que a havia reconhecida como tal, morreu em 1999, sem ter sido julgado. Sua mulher, Lucienne Ulpat, de 68 anos, foi condenada em 18 de abril pela justiça a quatro anos de prisão, por não impedir o crime. Terror em casa O drama de Lydia começou em 1971, quando tinha oito anos. Sua madrasta colocou suas pernas em água fervente, provocando queimaduras de terceiro grau. Lydia ficou hospitalizada cerca de vinte dias. Como as queimaduras exigem curativos complicados, Raymond a impediu de ir à escola, mantendo-a constantemente junto dele, submetendo-a a estupros e a torturas. Quando tinha 10 anos, Lydia começou a fugir de casa, mas a polícia sempre a trazia de volta. Por sua vez, os serviços sociais, que a atenderam dos 10 até os 18 anos nunca perceberam nada. Já maior de idade, Lydia não conseguiu escapar do controle de Raymond. Ela revelou que toda vez que "fazia algo errado", ele a queimava com ácido clorídrico, deixando as cicatrizes das quais ela tem as marcas até hoje. Apesar das autoridades intervirem dezenas de vezes, nunca chegaram a tomar medidas concretas sobre o assunto.