Israel rejeitou hoje (25/04) uma proposta do Hamas para uma trégua por seis meses na Faixa de Gaza e o levantamento do bloqueio ao território palestino. A alegação para a recusa é de que os militantes radicais querem se preparar para mais combates e não para a paz. A oferta do Hamas foi divulgada ontem após uma reunião com mediadores egípcios. Inicialmente, o grupo palestino radical queria que a Cisjordânia fosse incluída na trégua, mas acabou propondo a criação de um cronograma para estender o cessar-fogo ao território.
Israel vem relutando em dar início a uma negociação formal com o grupo islâmico, ao mesmo tempo em que participa de conversações de paz com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas. Em meio a uma disputa de poder entre os palestinos, o Hamas tomou o controle de Gaza em junho depois de derrotar e expulsar as forças de segurança ligadas à ANP. No mês passado, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, mostrou-se flexível ao dizer que cessaria as ofensivas militares em Gaza se os militantes parassem de lançar foguetes contra o território israelense
"Israel está interessado em paz. Infelizmente, o Hamas está brincando. O Hamas está ganhando tempo para rearmar-se e reagrupar-se", acusou hoje David Baker, porta-voz de Olmert. "Israel continuará a proteger seus cidadãos", disse Baker, referindo-se aos ataques aéreos em Gaza.
Proposta continua
O Hamas não se abalou com as declarações de Baker e informou que o mediador egípcio visitará Israel na próxima semana para apresentar a proposta de trégua ao governo de Olmert. "Então teremos a resposta israelense", disse o ex-chanceler palestino Mahmud al-Zahar, após voltar de uma reunião no Egito.
Ainda hoje, milhares de palestinos, a maioria simpatizantes do Hamas, participaram de uma manifestação convocada de norte a sul da Faixa de Gaza, e pediram o fim do bloqueio israelense ao território.