PEQUIM - A China prevê um encontro, nos próximos dias, com representante do Dalai Lama, em resposta a um pedido neste sentido do líder tibetano no exílio e Prêmio Nobel da Paz, que saudou a oferta de Pequim. "Em vista dos repetidos pedidos por parte do Dalai Lama para uma retomada das conversações, os departamentos envolvidos do governo central manterão contatos e consultas com um representante privado do Dalai Lama nos próximos días", anunciou a agência oficial Xinhua (Nova China).
A agência não divulgou detalhes sobre a natureza do encontro, nem o nome dos participantes. O anúncio foi feito no mesmo dia do das autoridades chinesas com líderes da União Européia (UE). Desde o início dos distúrbios no Tibete e nas regiões próximas, a UE e os Estados Unidos pedem a retomada do diálogo com o Dalai Lamai. O porta-voz do Dalai Lama na Índia, Tenzin Taklha, comentou o anúncio: "É um passo na direção correta, pois apenas encontros frente a frente podem levar a uma solução da questão tibetana".
A China acusa o Dalai Lamai de ter organizado os protestos no Tibete para sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim, que ocorrerão em agosto. Nesta sexta-feira (25/04), ao fim de um encontro com o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barros, expressou o desejo de desenvolvimentos positivos sobre a questão tibetana, além de ter reiterado a oposição da UE à independência do Tibete e a um boicote dos Jogos Olímpicos.
Barroso disse ainda ter solicitado à China acesso livre ao Tibete tanto para a imprensa como para os turistas estrangeiros. "Todo aquele que esteja interessado em uma melhor compreensão das realidades deveria permitir o acesso livre à imprensa", destacou. Os dirigentes tibetanos no exílio afirmam que a repressão chinesa das recentes revoltas em Lhasa, capital do Tibete, deixaram mais de 150 mortos, mas a China acusa os agitadores tibetanos de terem matado 18 civis e dois policiais.