Bogotá - O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo, antecipou nesta quinta-feira (24/04)que Bogotá prepara uma nota de protesto contra o Equador. O motivo são recentes declarações do presidente equatoriano, Rafael Correa, sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano. Segundo Araújo, a nota diplomática será também enviada à Organização dos Estados Americanos (OEA), para que "se tomem as medidas correspondentes".
Em entrevista à rádio Caracol, Araújo disse que o texto incluirá queixas colombianas sobre, por exemplo, declarações de Correa de que as Farc podem ser reconhecidas como forças beligerantes. Segundo o líder equatoriano, os requisitos para isso são cumprir as normas do direito internacional humanitário, entre outros, para que um terceiro Estado outorgue essa condição a um grupo insurgente.
Para o ministro colombiano, um governo democrático como o do Equador não pode se interessar a conceder a condição de beligerância a uma grupo terrorista. Em Quito, o Ministério das Relações Exteriores afirmou ter havido "versões distorcidas" sobre o pronunciamento de Correa.
Araújo recordou que, na reunião em março entre os ministros de Relações Exteriores da OEA, ficou combinado que Bogotá e Quito evitariam declarações negativas. A intenção era acalmar a tensão, após um ataque militar realizado pela Colômbia em solo equatoriano, em março, e que terminou com a morte do número 2 das Farc, Raúl Reyes.
Bogotá, os Estados Unidos e a União Européia consideram as Farc terroristas, por causa, por exemplo, de ações como o seqüestro de civis. Com o status de força beligerante, um grupo pode, entre outras vantagens, ter escritórios em outros países e receber fundos ou ajuda financeira legalmente de organizações e Estados.