BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que resiste à pressão para dissolver o congresso após a prisão do ex-presidente do Senado e seu primo Mario Uribe por envolvimento com paramilitares defendeu, nesta quinta-feira (24/04), a investigação de vínculos de políticos com as guerrilhas ditas de esquerda, paralelamente às realizadas sobre ligações de parlamentares com grupos da extrema direita.
O pedido de Uribe foi feito um dia depois de o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, dizer no Congresso que nos computadores encontrados do guerrilheiro morto das Farc, Raúl Reyes, existe material que revela a existência de vínculos entre essa organização e políticos. "Acho que, de agora em diante, o país vai exigir que todos esses vínculos sejam esclarecidos pela justiça", destacou Uribe.
A declaração do presidente ocorre em meio à prisão de seu primo e parceiro político Mario Uribe como parte de um processo ligado ao escândalo da parapolítica sobre as relações de mais de 63 congressistas com grupos armados da direita e que já levou à prisão mais de 30 parlamentares. Uribe também disse que seria interessante que os integrantes das guerrilhas que se desmobilizaram nos anos 90, alguns dos quais ocupam agora cadeiras no Congresso ou trabalhem como funcionários do governo, digam os nomes dos políticos que os apoiaram.
No ano passado, o senador e ex-guerrilheiro do Movimento 19 de Abril (M-19), desmobilizado, Gustavo Petro, denunciou vínculos de parlamentares com as Farc, o que lhe valeu ameaças do grupo rebelde.