TÓQUIO - O Japão celebrou, nesta quinta-feira (24/04), os 100 anos da emigração para o Brasil ; o país estrangeiro com a maior população de ascendência japonesa no mundo. A ocasião foi marcada por uma cerimônia em Tóquio com a presença do imperador Akihito, da imperatriz Michiko e do príncipe Naruhito, assim como do primeiro-ministro Yasuo Fukuda e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Quase 800 japoneses embarcaram no navio Kasato Maru em Kobe na busca por melhores condições de vida e chegaram em junho de 1908 ao porto de Santos. Atualmente, o Brasil é o lar de mais de 1,2 milhão de pessoas de descendentes de japoneses, "nikkeis", que chegaram ao país quando o futuro gigante asiático enfrentava uma grande pobreza.
"Eu sinto profundamente o esforço dos brasileiros descendentes de japoneses que trabalharam tanto", afirmou o imperador Akihito em um discurso diante de centenas de brasileiros-japoneses. "Eu me sinto esperançoso ao ver hoje que os nikkeis têm sucesso em várias áreas e contribuíram para a sociedade brasileira", acrescentou.
O primeiro-ministro Fukuda prosseguiu: "O Japão valoriza a cooperação com o Brasil porque, como o país com a maior floresta tropical, lidera ativamente o debate da comunidade internacional sobre as questões ambientais e mudanças climáticas".
O governo do Japão convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar a reunião de julho do G8, na qual o aquecimento global será um dos temas de destaque. O Japão, que tem poucos recursos naturais, aumenta o comércio com o Brasil, maior exportador mundial de etanol.
"Agora é chegada a hora de mais um grande esforço de revitalização de nossas relações. O Ano do Intercâmbio põe em evidência novas frentes, tais como a cooperação nas áreas ambientais e das energias renováveis e oportunidades de diversificação da pauta do comércio bilateral", disse Dilma Rousseff.
"Precisamos desenvolver agora novas fronteiras de cooperação, como a transfêrencia de tecnologia em transporte ferroviário, em espaço exterior e em energia nuclear", completou a ministra da Casa Civil.
Recentemente, a Petrobras comprou 87,5% da companhia de petróleo nipônica Nansei, que tem sede na ilha de Okinawa (sul), de onde muitos japoneses partiram para o Brasil.