As Nações Unidas alertou ontem (22/04) que o conflito na região sudanesa de Darfur está piorando e pode ter matado 300 mil pessoas. A organização anunciou também que adiou o envio de mais capacetes azuis para 2009 e não há perspectivas de um arranjo político para encerrar o conflito.
Em sombrios relatórios ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o principal responsável pelo socorro na ONU e o representante para a missão de paz disseram que o sofrimento na região, situada no oeste do Sudão, é cada vez pior.
Centenas de milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas. Além disso, a comida fornecida aos necessitados teve de ser reduzida pela metade, segundo os funcionários. "Continuamos vendo que os objetivos retrocedem, até o ponto em que a paz em Darfur parece hoje mais distante do que nunca", disse John Holmes, subsecretário-geral para assuntos humanitários da entidade.
Histórico
O conflito começou em 2003, quando rebeldes africanos se insurgiram contra o governo sudanês, dominado pela etnia árabe, a quem acusam de discriminação. Muitas das piores atrocidades da guerra são atribuídas a membros da milícia Janjaweed, formada por nômades árabes aliados ao governo.
Uma missão de paz conjunta da ONU e da União Africana (UA) chegou a Darfur em janeiro, para substituir uma abalada força de 7 mil homens da UA. Porém somente 7 mil, dos 26 mil planejados, foram de fato enviados ao local. "Estamos atrasados e tratando de acelerar o envio dessa missão. Com a ajuda de alguns doadores, poderíamos estar em posição de conseguir talvez 80% dessa força até o fim do ano", acrescentou Holmes.