WASHINGTON - A expectativa de vida de grande parte das mulheres americanas que vivem em áreas pobres e rurais do país caiu, principalmente devido a doenças relacionadas ao tabaco e à obesidade. Esta foi a conclusão de estudo publicado nesta terça-feira (22/04).
Conforme o trabalho coordenado pelas Universidades de Harvard e Washington, que pesquisaram 2.000 condados americanos de 1959 a 2001, quase uma em cada cinco mulheres nos Estados Unidos viu sua expectativa de vida se reduzir ou estagnar desde os anos 80.
Em aproximadamente 1.000 condados ; a maioria zonas rurais empobrecidas ;, a expectativa de vida das mulheres caiu significativamente nos anos 80. Isso por causa de doenças crônicas relacionadas ao uso do tabaco, ao sobrepeso e à obesidade, combinados a uma alta pressão arterial.
No quadro geral, entretanto, a expectativa de vida feminina nos Estados Unidos aumentou mais de seis anos ; mais de sete anos entre os homens ; durante o período analisado. As regiões onde a redução da expectativa foi mais sentida são o sul, os Apalaches, a zona do Midwest (central) e uma parte do Texas.
Os homens das áreas rurais pobres também viram sua expectativa de vida cair, mas em proporção menor que a das mulheres (4%) e por motivos diferentes ; Aids e assassinatos.
"Uma redução da expectativa de vida é algo que está ligado normalmente ao fracasso dos sistemas de saúde e sociais, como foi o caso em certas partes da África e do leste europeu", destaca um dos co-autores do estudo, Christopher Murray, da Universidade de Washington. "O fato de que isso tenha sido verificado entre uma grande quantidade de americanos deve ser um sinal de alerta para que o sistema de saúde desse país seja seriamente repensado", afirmam os pesquisadores.