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Primo do presidente colombiano pede asilo em embaixada da Costa Rica

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BOGOTÁ - O ex-senador Mario Uribe, primo do presidente colombiano Alvaro Uribe, que teve a prisão ordenada nesta terça-feira pelo Ministério Público por supostos vínculos com paramilitares de extrema direita, pediu asilo na embaixada da Costa Rica em Bogotá. "Nesta manhã, foram iniciados os trâmites", disse o advogado José de Carmen Ortega, em declarações a rádios de Bogotá. Ortega acrescentou que Uribe solicitou asilo na Costa Rica pela tradição deste país em conceder asilos políticos e por precedentes recentes de colombianos que tiveram seus direitos fundamentais protegidos e que depois conseguiram esclarecer as questões na Colômbia. O advogado também indicou que o ex-senador se propõe a divulgar nas próximas horas um comunicado explicando os motivos de sua decisão. Anteriormente, o Ministério Público havia ordenado a detenção de Mario Uribe, que foi presidente do Senado e era o chefe do movimento político Colômbia Democrática da coalizão governista. Segundo o órgão judicial, um promotor delegado pela Suprema Corte de Justiça achou méritos para ditar a medida de asseguramento (prisão preventiva) contra Uribe por supostas ligações com líderes de grupos paramilitares e irregularidades na compra de terras dessas organizações. Inicialmente, quando a decisão do Ministério Público foi revelada, Uribe havia manifestado à imprensa sua disposição de se entregar ao organismo judicial e, por isso, seu pedido de asilo causou surpresa. Uribe havia renunciado ao seu cargo em outubro passado, quando foi envolvido na investigação realizada pela Suprema Corte de Justiça contra congressistas e políticos por suposto envolvimento com paramilitares. Uma das principais testemunhas contra o ex-presidente do Congresso é Jairo Castillo, chamado de 'Pitirri', um ex-paramilitar refugiado nos Estados Unidos, que assegura que Mario Uribe se reuniu em várias ocasiões com líderes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) para que estes o ajudassem a obter terras no norte e no noroeste do país. Sessenta e dois políticos foram vinculados ao processo da 'parapolítica', como é chamado na Colômbia, dos quais 31 congressistas ou ex-congressistas foram presos. Entre os legisladores investigados está a atual presidente do Congresso, a governista Nancy Gutiérrez. O chamado escândalo da parapolítica foi iniciado em 2006, no país, por meio da revelação de vínculos de políticos com paramilitares, os grupos armados de extrema-direita denominados autodefesas. Segundo denúncias, vários líderes políticos e funcionários do governo teriam sido beneficiados pela aliança que estabeleceram com os grupos ilegais. Alguns teriam conseguido eleger-se em prefeituras, conselhos municipais e no Congresso nacional. De acordo com as denúncias, políticos vinculados a estes grupos paramilitares desviaram dinheiro para financiar operações armadas, com massacres e assassinatos seletivos de líderes sindicais e comunitários. A Corte Suprema de Justiça e o Ministério Público colombiano conseguiram provas e depoimentos que vinculavam funcionários governamentais e políticos da base de apoio de Uribe com os grupos paramilitares e suas ações. Isso afetou as relações do governo com o Congresso americano e incitou uma onda de denúncias por parte de organizações de direitos humanos.