PEQUIM ; Novas manifestações antifrancesas foram registradas nesta segunda-feira (21/04) em nove cidades da China. Os protestos reuniram milhares de pessoas diante dos hipermercados da multinacional Carrefour. Muitos chineses estão insatisfeitos com a postura da França em relação à questão tibetana e a rede foi escolhida por ser uma das empresas francesas de maior presença no país.
A mais importante manifestação aconteceu em Zhengzhu, capital da província central de Henan, e obrigou a multinacional francesa a fechar o hipermercado. Os manifestantes gritavam frases como "contra a independência do Tibete" e "nós apoiamos os Jogos Olímpicos". No sábado já haviam sido registradas manifestações contra a França em cinco cidades chinesas. A imprensa oficial chinesa está fazendo apelos à ordem. "Como cidadãos, temos que expressar nosso patriotismo com calma e responsabilidade, de forma lícita e ordenada", ressaltou o Diário do Povo.
No mesmo dia dos protestos, a cidade de Paris nomeou como cidadãos de honra o líder espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, e o dissidente chinês Hu Jia, recentemente condenado a três anos e meio de prisão em seu país.
A atual tensão das relações entre França e China foi causada pela passagem da tocha olímpica por Paris e pelas ameaças de boicote à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, no dia 8 de agosto. Desde que iniciou sua volta ao mundo, no dia 24 de março, na cidade grega de Olimpia, a tocha tem sido alvo de diversos protestos contra o controle chinês sobre o Tibete, alguns deles violentos.
A atuação das forças de segurança chinesas em Lhasa, no dia 14 de março, após quatro dias de protestos pacíficos contra a China, deixou 20 mortos, segundo as autoridades de Pequim. Os tibetanos no exílio, no entanto, afirmam que os mortos foram pelo menos 135.
Na contra mão da maioria dos protestos no Ocidente, várias manifestações a favor da China marcaram o fim de semana. Em Paris, Londres, Berlim, Viena e Los Angeles pessoas protestaram contra o que chamam de desinformação dos meios de comunicação ocidentais sobre o Tibete e contra o pedido de boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim.