A arrecadação das receitas federais somou R$ 94,11 bilhões em março e seu desempenho continua refletindo a desaceleração da economia. Apesar da alta real de apenas 0,48% em relação ao mesmo intervalo de 2014, descontada a inflação no acumulado de janeiro a março, a entrada de tributos nos cofres da União teve queda real de 2,03%, totalizando R$ 309,37 bilhões.
Esse resultado é o pior registrado para o trimestre desde 2011, corrigidos pela inflação, de acordo com dados da Receita Federal divulgados nesta segunda-feira (27/04).;Esse resultado era esperado. Ficou dentro das nossas expectativas;, afirmou Claudemir Rodrigues Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita. Segundo ele, a queda de quase 10% na produção industrial em março afetou a arrecadação.
O volume recolhido de impostos de renda das empresas (IRPJ) encolheu 28,47% em março, para R$ 4,98 bilhões na comparação com o mesmo período. Outras quedas registradas pelo Fisco foram na Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e de PIS-Cofins, de 17,48% e 6,70%, respectivamente, para R$ 2,29 bilhões e R$ 19,51 bilhões.
Já as principais altas de março ocorreram no Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital e sobre rendimento de residentes no exterior, que saltaram 48,60% e 30,84%, para R$ 3,49 bilhões e R$ 1,90 bilhão, respectivamente. Não à toa, a arrecadação de tributos recolhidos pelo Fisco junto ao setor produtivo (excluindo a Previdenciária) de janeiro a março encolheu 0,12%, para R$ 217,9 bilhões. As desonerações no ano somaram R$ 29,12 bilhões, volume R$ 5,30 bilhões (ou 21,63%) acima do registrado em 2014. Desse total, R$ 9,67 bilhões ocorreram em março.