Guilherme Goulart
postado em 20/05/2019 15:34
"O governo japonês decidiu se livrar de todos os fornos de microondas do país antes do final do ano. Todos os cidadãos e organizações que não cumpram este requisito enfrentam penas de prisão de 5 a 15 anos, dependendo da gravidade do crime"
Ao desconfiar de que se trata de uma notícia falsa, leitor do Holofote não teve dúvidas ao encaminhar a informação para ser checada pelo nosso núcleo de checagem. Afinal, "é fato ou fake", ele questiona.
A informação, em circulação, principalmente, pelo WhatsApp, trata dos supostos riscos à saúde a partir do uso do microondas. Além de apontar como crime a utilização do eletrodoméstico no Japão, a mensagem ressalta que ele será banido na Coreia do Sul e no Japão. No fim do texto, há um link para a versão chilena do site El Universal. O clique, no entanto, leva a uma página em branco, apenas com o logo do site. Isso basta para desconfiar de que se trata mesmo de fake news.
Além disso, uma pesquisa rápida na internet resolve a charada. Diversos vídeos abordam o assunto, discutindo como mito ou verdade se o microondas pode ser prejudicial. Mas uma seleção atenta desses sites leva a reportagens com especialistas e artigos científicos que mostram a resposta para qualquer dúvida sobre o tema: de fato, o processo de aquecer alimentos no microondas resulta em perda de nutrientes, mas nada que possa fazer mal à saúde.
Confira, por exemplo, matéria publicada pelo G1 a partir de análise do programa da BBC Trust Me, I;m a Doctor (Confie em mim, eu sou médico):
"Esse processo (de funcionamento do microondas) pode afetar as vitaminas e nutrientes dos alimentos, mas essas mudanças não são exclusivas do micro-ondas, e sim resultado do processo de aquecimento. Quando se esquenta a comida, algumas vitaminas ; como a C ; se decompõem, explica a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em seu site sobre medicina e saúde. Mas isso acontece independentemente de se o alimento é esquentado em forno convencional, no fogão ou no micro-ondas."
Portanto, a mensagem em circulação no WhatsApp ainda na primeira quinzena de maio trata-se de mais uma fake news. Alguns sites de checagem de fatos brasileiros também fizeram a verificação. O e-farsas, por exemplo, identificou a origem da notícia falsa:
"Tudo começou, na verdade, com uma publicação no site humorístico russo Panorama. No dia 03 de março de 2019, o Panorama ; que deixa bem claro ser um site humorístico ; postou a notícia fictícia, mas muita gente acabou espalhando a história como se fosse verdade"
O Fato ou Fake, do G1, fez a mesma checagem, comprovando a falsidade da informação.