Boatos sobre teorias da conspiração, monitoramento da população e vigilância eletrônica circulam com frequência na internet. Uma das mentiras mais recentes envolve, além das gigantes da mídias sociais, como Facebook, WhatsApp e Twitter, o Supremo Tribunal Federal (STF).
A desinformação que circula nas redes sociais anuncia que há "novas regras de comunicação" no Brasil. Em tom alarmista, a mensagem avisa que ligações, áudios e mensagens serão gravadas constantemente "a partir de amanhã", sem, no entanto, mencionar datas. Tudo isso estaria autorizado pelo STF com a suposta justificativa de combate ao crime organizado e ao terrorismo. Confira o texto completo:
"Você está sabendo que:
A partir de amanhã, em todo o mundo, existem novas regras de comunicação, todos os governos da Europa, América do Norte e América do Sul chegaram a um acordo com a Whatsapp, Twiter, Facebook e outros canais de comunicação Todas as chamadas serão gravadas. Todos os registros de chamadas telefônicas são gravados.Todas as mensagens e chamadas WhatsApp são gravadas. O Twitter é monitorado. NO BRASIL O STF AUTORIZOU O MONITORAMENTO.
O Facebook é monitorado. Todas as mídias e fóruns sociais são monitorados. Por favor, informe aqueles que não sabem. Todos os dispositivos estão conectados aos sistemas departamentais do Governo Federal e dos governos do mundo. TAL AÇÃO É PARA MONITORAR O CRIME ORGANIZADO, E TERRORISMO. Tenha cuidado para não enviar mensagens ou informações desnecessárias que sejam contrárias aos governos, leis e moralidade. Evite dizer informações sensíveis ou sensíveis aos seus amigos e familiares. Diga aos seus filhos e tenha muito cuidado!
É muito importante transmitir esta mensagem hoje. Porque a partir de amanhã já existe uma outra forma de vigilância em todos os países do mundo. Incrível mas certo. Envie-o apenas hoje a todos os seus entes
queridos e amigos. Tudo o que você escreve ou fala pode ser usado contra você e não uma piada é uma realidade!! Repassem urgente"
O Holofote fez a verificação dos fatos e comprovou que se trata de notícia falsa. Em nota, a Seção de Pesquisa e Redação (SCO) do STF desmentiu a informação por meio do jornalista Mauro Burlamaqui: "Não encontrei em nosso sistema de consulta processual nenhuma ação ou decisão que aborde esse tema."
As grandes empresas de tecnologia também se posicionaram em nota. A assessoria do Facebook informou que "isso não é verdade. Trata-se de uma mensagem falsa". A do WhatsApp confirmou que "a informação não procede". E a do Twitter reforçou que "as informações referentes ao Twitter não procedem".
Com checagem de Guilherme Goulart e Leonardo Meireles