Seja nos quadrinhos, em desenho animado ou nos cinemas, Batman provavelmente é o super-heroi que mais sofreu reinvenções ao longo de seus 70 anos de história. Apesar de cada reformulação, o homem-morcego sempre manteve um aspecto soturno que impôs medo aos seus inimigos. Batman: Arkham Asylum, lançado pela Eidos e pela Rocksteady no fim de agosto, dá essa "cara" ao personagem da DC nos videogames e, ao mesmo tempo, é um jogo desafiador.
No início do jogo, Batman prende o Coringa e o leva de volta para o asilo Arkham. Ao chegar lá, o homem-morcego cai em uma armadilha de seu inimigo e fica preso dentro do manicômio, junto com os supervilões mais perigosos de Gotham City. Cabe a ele devolver a ordem ao local, no que promete ser uma das noites mais sombrias de sua história.
Como o enredo mostra, toda a ação do game acontece dentro do manicômio. O jogador é livre para se movimentar pela ilha, desde que consiga abrir o caminho pelas inúmeras salas controladas pelo Coringa e outros supervilões. Para fazer isso, Batman precisa se esgueirar por entradas de ar, explodir paredes e decifrar códigos de portas para fazer seu caminho no local.
Felizmente, o homem-morcego tem a inteligência que o credencia como "o maior detetive do mundo". No jogo, isso é mostrado em um modo especial, onde a tela fica azul, com detalhes em amarelo, que mostram ao jogador detalhes importantes que dão prosseguimento à história, como uma passagem em uma sala ou um local em que ele pode se esgueirar.
Somado a isso, existem diversos acessórios que também caracterizam o homem-morcego, como o bat-bumerangue, a pistola com corda, e um explosivo baseado em gel, entre outros. Todos eles tem diversas funções, e são habilitados à medida que o jogador avança na história.
No entanto, a principal característica que faz o jogador se sentir como Batman é o modo stealth(1), que possui uma característica única: em vez de esperar os inimigos sairem do caminho para avançar, o jogador deve se manter escondido e aproveitar a melhor hora para nocauteá-los, um por um.
As salas sombrias podem tornar os oponentes difíceis de ver. Para corrigir isso, o jogador pode acionar o %u201Cmodo detetive%u201D, que também mostra os inimigos. Isso é um ponto negativo: passar o jogo inteiro olhando uma tela azulada é tão desconfortável quanto procurar um bandido em um cenário escuro.
O combate direto também não decepciona. O jogo preza pela simplicidade: um botão serve para atacar, o outro para se esquivar e o terceiro para atordoar o oponente. As combinações geram várias sequências fluidas de golpes, que são mostrados em diferentes ângulos e, dependendo, em câmera lenta.
Cada inimigo exige um tipo diferente de estratégia: personagens com facas, por exemplo, precisam ser confundidos antes do primeiro soco. No entanto, o jogo mostra quando o jogador deve se esquivar ou contra-atacar. É fácil aprender a jogabilidade nos combates, e a dificuldade tem boa progressão, sem desestimular o jogador.
Fora dos combates, a câmera frustra um pouco. Ela não acompanha os movimentos do Batman com a mesma velocidade. Como fica muito próxima do homem-morcego, que ocupa quase metade da tela, a ação pode ficar confusa nas lutas em lugares muito pequenos.
O destaque do som fica por conta das dublagens, que são as mesmas das séries animadas do Batman nos anos 90. O ator Mark Hamill, o Luke Skywalker de Guerra nas Estrelas, e a voz do Coringa no desenho, tem uma excelente performance ao dublar a versão virtual do vilão.
Para os jogadores que gostam de passar várias horas em frente à televisão, existe uma infinidade de extras colecionáveis, como gravações dos vilões-pacientes do asilo, mapas secretos, e charadas de Edward Nigma, o supervilão Charada, que são um desafio à parte no jogo. No fim, o jogador pode retornar ao asilo e correr atrás do que não achou durante o game.
Além disso, há um modo com desafios, como derrotar uma série de inimigos em um determinado tempo. Os donos do Playstation 3 têm um motivo para comemorar: podem jogar com o Coringa, baixando uma expansão grátis do jogo na loja virtual do console.
1 - Ação furtiva
Nos videogames, o game de ação stealth incentiva o jogador a se aproximar dos inimigos sem chamar sua atenção, em vez de travar um confronto direto. Títulos de espionagem como Metal Gear Soild e Splinter Cell são os principais responsáveis pela popularização do gênero.
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