O desenvolvimento educacional do aluno é o foco das escolas e dos pais. O reforço escolar é a alternativa buscada quando algo não vai bem: as notas. A medida, geralmente buscada ao final do ano, pode fazer o aluno passar de série escolar. Entretanto, caso seja procurada antes, pode reeducar o aluno e fazer com que ele não vire participante assíduo desses programas.
Rosimary Ferreira, coordenadora pedagógica de uma escola de reforço na Asa Norte, destaca a importância dos pais detectarem o quanto antes os problemas educacionais do filho. ;Alguns pais acham que o aluno durante o ano escolar não está indo bem, mas ficam na esperança que tudo vai melhorar e não procuram resolver o problema desde o começo;, conta ela.
A maioria só procura ajuda no final do ano letivo querendo recuperar a qualquer custo. ;Nesta situação, só dá para focar em fazê-lo passar", diz Rosimary. O problema serve como uma medida emergencial, mas que não soluciona os reais problemas. ;Ele pode avançar de série, mas não resolve suas falhas. Neste caso, foi estimulado um mau hábito que tem fortes indícios de ocorrer no ano seguinte se não for corrigido;, alerta.
As dificuldades de Victor Hugo Bergamaschi no 9; ano fizeram com que a mãe dele, Camila Azevedo, tivesse que procurar ajuda. ;Victor sentiu um impacto muito grande com matérias novas, como física e química, e o rendimento não estava bom;, comenta. A falta de tempo de acompanhar o filho aliado ao baixo rendimento a fizeram inscrevê-lo logo no mês de março (do ano passado) em uma escola de reforço ; e os resultados logo apareceram.
Agora, com todo o trabalho já no começo do ano, ele acompanha a turma e o cronograma sem nenhum problema. Além do reforço, outro fator foi importante na mudança das notas. ;Ele está vendo a importância de estudar e a necessidade de se ajudar. A partir daí tudo fluiu;, conta a mãe. Camila ainda dá dicas do que entende ser um bom local de reforço. ;Primeiro fazer pesquisas na internet para saber o feedback de outros pais. Outro ponto importante é o aluno ser tratado de uma forma individual, conhecer suas dificuldades a fundo, para que o local descubra a melhor forma de inseri-lo nos estudos;, observa.
Ator do processo
Outros locais que acompanham alunos apostam em diferentes formas de conduzi-lo. Cleiton Dessa Lopes, gerente de uma instituição focada em métodos de estudo auxiliar à escola, aposta na educação baseada no autodidatismo. ;Buscamos respeitar a individualidade e o ritmo do desenvolvimento de cada aluno. Ensinamos a criança a buscar conhecimentos por si mesma. Ele passa por entrevista com a orientadora da unidade, teste de diagnóstico para detectar conteúdos que domina e percebemos os pontos deficientes;, explica.
Para que tal processo tenha êxito, alguns passos são primordiais. ;Cada estudante tem uma programação exclusiva, faz atividades em casa e o orientador define a revisão ou a continuidade do estudo. A partir disso, começa a trabalhar assuntos abaixo de sua série para ganhar confiança, concentração, rapidez e ir evoluindo. Existe um fim, mas a intenção não é que seja rápido e sim que seja eficiente;, pondera.