Não há mais dúvidas sobre as utilidades, muitas delas polêmicas, da internet. Mas vale sempre levar em conta que a plataforma também serve ; e muito ; para estudar. Talvez por isso alguns professores ativos nas redes sociais, que oferecem conteúdos extras e interativos, façam sucesso com os estudantes. Os pais desconfiados de que os adolescentes perdem tempo em sites como o Twitter devem rever seus conceitos.
A pesquisadora Christine Greenhow, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, pensa assim. Seu trabalho Twitteracy: tweeting as a new literary practice (Tweetalfabetização: tuitar como uma nova prática de letramento, em tradução livre) reúne dados que mostram: alunos usuários do microblog são mais comprometidos com os estudos e conseguem notas melhores.
Segundo o levantamento, estudantes usam a plataforma para discutir com colegas assuntos relacionados ao que estão estudando, além de aproveitar a comunicação em tempo real para estreitar laços com professores e até com especialistas que mantêm perfil ativo. Assim, o aprendizado aumenta, logo as notas também podem crescer ; sem falar no estímulo que as redes sociais dão para que eles também se expressem e escrevam.
A pesquisa pode não ser nenhuma verdade absoluta, mas, aqui no Brasil, os jovens, principalmente do ensino médio, também têm usado a internet de forma mais construtiva, até mesmo para estudar. As alunas do terceiro ano Kariza Vitorio e Letícia Matias, 16 anos, são adeptas das vídeoaulas. ;Em sala tem gente que não está interessada e ali podemos assistir quantas vezes quisermos, parar, continuar, fazer da nossa maneira;, diz Kariza. As estudantes também utilizam o Twitter e outros sites para se atualizar e ler notícias.
Para as meninas, a internet tem muito material disponível, mas é preciso tomar cuidado com informações erradas e ter autocontrole, estabelecendo metas para estudar on-line. ;Antes minha mãe reclamava do tempo que eu passava na internet, mas, depois que mostrei uma vídeoaula, ela entende que uso para estudar;, conta Letícia. Segundo Kariza, esses conteúdos não substituem a aula presencial, mas são excelentes atividades complementares.