Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) revelam que 90% das empresas brasileiras são familiares e que elas representam 65% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Levantamento da consultoria PwC confirmou o índice de 90% dos 19 milhões de empreendimentos brasileiros como sendo familiares.
Apesar de muito disseminadas no mercado brasileiro, essas firmas enfrentam grande desafio quando o assunto é a sucessão. Inevitavelmente, o bastão precisará ser passado, em algum momento, para a segunda, a terceira ou a quarta geração de descendentes. Segundo outra pesquisa da PwC conduzida com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 71,7% desses negócios sobrevivem sendo geridas pelos herdeiros, porém, com o passar do tempo, a quantidade de familiares na empresa cai, sendo 28,7% na terceira geração e somente 5,7% na quarta geração.
Estudo do IBGC mostra que as empresas familiares estabelecem mais regras para a entrada de pessoas da família, do que para as saídas. E apenas 27,6% têm planos de sucessão para cargos-chave. Apesar de faltar profissionalização, existem aquelas que recorrem a consultorias de recursos humanos para encontrar líderes e funcionários de confiança.
Marcelo Arone, sócio-fundador da Optme RH e headhunter, afirma que “as empresas que passam por um plano de sucessão sobrevivem até a segunda geração”. No entanto, o cenário muda depois disso, como destaca Mônica Camargo Tracanella, sócia-fundadora da Trilogie, empresa de branding e planejamento de carreira. “Aqui cabe aquele velho ditado do avô rico, filho nobre, neto pobre, justamente, porque os estudos demonstram isso. Várias das empresas acabam na terceira geração, e, muitas vezes, pela falta de preparo das próximas gerações”, afirma.