Enquanto algumas pessoas inventam diplomas e ocupações no currículo, outras preferem omitir empregos passados. Isso porque, quando a passagem por determinada empresa é curta, o candidato acredita que será malvisto pelo recrutador. “Muitas vezes, uma pessoa fica dois ou três meses em determinado lugar e acaba omitindo essa informação no currículo porque acredita que vai ‘manchar’ o histórico”, pontua Lucas Oggiam.
“No entanto, considero pior quando você descobre durante a entrevista que a pessoa tem algo no histórico profissional que ela não descreveu”, opina. De acordo com o diretor da Page Personnel, quando um avaliador se depara com uma passagem curta no currículo, ele sempre tenta entender por que o candidato não se deu bem na empresa. “O avaliador vai dizer: ‘Olha, você ficou aqui três ou quatro meses, um pouco menos do que ficava nos outros empregos. O que aconteceu? Foi um caso atípico?’ Ele nunca vai deixar de perguntar e tentar entender”, afirma.
Por isso, o conselho dele é ser o mais sincero possível com o recrutador ou o futuro empregador, sem omitir ou maquiar informações. “O currículo tem que estar bonito e vistoso para a profissão que você quer? Sim. Mas, ao mesmo tempo, ele precisa ser verdadeiro, porque, se uma empresa vai entrevistar um candidato e metade do que estava no documento não é verdade ou, se ele não consegue bancar aquilo em uma entrevista, fica muito pior.”
O professor Jefferson Kiyohara concorda que os candidatos não devem omitir esse tipo de informação. “A pessoa não coloca determinada passagem no currículo, porém, mais para frente, ela vai ter de apresentar a carteira de trabalho. Como vai ter um registro de dois meses de algo que ela não citou na entrevista nem no currículo? Essa pessoa vai entrar na empresa passando qual mensagem?”, questiona.
"Muitas vezes, uma pessoa fica dois ou três meses em determinado lugar e acaba omitindo essa informação no currículo porque ela acredita que vai ‘manchar’ o histórico. No entanto, eu considero pior quando você descobre durante a entrevista que a pessoa tem algo no histórico profissional que ela não descreveu”
Lucas Oggiam, consultor de RH