Durante este momento de isolamento social gerado pela pandemia do novo coronavírus, observa-se nas empresas várias lições colocadas em prática. Entre elas, a humanização nas relações de trabalho. Períodos de dificuldades e crise fazem com que líderes e gestores repensem estratégias com base nas transformações ocorridas neste tempo. Neste novo cenário, nota-se maior empatia e caridade, maior quantidade de doações sendo feitas, tanto por pessoas individualmente, quanto por empresas.
Com tudo isso, a tolerância e o respeito estão em alta. Quando se pensa em diversidade e inclusão, é necessário entender que o posicionamento institucional da corporação deve estar totalmente alinhado para receber e acolher todas as pessoas, entendendo que experiências e culturas distintas podem gerar uma troca relevante para a companhia, ocasionando mudanças internas e externas.
Para Cris Kerr, CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada em inclusão e diversidade, o erro de muitas instituições durante a crise sanitária foi deixar de lado a temática, priorizando emergências financeiras. No entanto, ela defende que pensar estrategicamente neste período envolve, sim, fortalecer ainda mais essas ações. “Muitas empresas estão deixando de lado o tema da diversidade, mas ela é totalmente prioritária”, aponta.
Olhar flexível
“As pessoas não sabem muito bem o que é inclusão. Primeiro, diversidade inclui todos. Inclusão é ter um ambiente em que as pessoas se sintam incluídas. Todas as pessoas precisam se sentir valorizadas e engajadas, isso é muito importante. É fundamental a gente ter essa postura inclusiva”, afirma. Professora da Fundação Dom Cabral, Cris observa que profissionais mais jovens buscam por vagas em empresas que estão abertas à diversidade e que tenham uma cultura inclusiva.
Vários integrantes das novas gerações entendem que uma companhia com valores reais nesse sentido também prioriza o colaborador. “Esse olhar flexível para as mudanças nas corporações se faz necessário, já que é uma estratégia cada vez mais indispensável para reter os profissionais”, analisa. Cris é enfática ao dizer que as empresas que não se adaptarem ao novo normal tendem a ficar para trás.
“As que se apoderarem disso, ou seja, as que utilizarem empatia com seus colaboradores, que fizerem essas pessoas se sentirem incluídas e pertencentes terão um retorno sensacional lá na frente. Agora, as instituições que não humanizarem suas relações não darão certo, estão fadadas a não se adequarem à nova normalidade”, aleta. O conselho que ela deixa para lideranças é se abrir neste momento tão complicado.
“Mostrar vulnerabilidade está sendo importante, principalmente para os líderes, mas não no sentido de mostrar fraqueza, mas no sentido de indicar que não se sabe de tudo. Isso cria conexões mais fortes e verdadeiras, cria o pertencimento. Esse processo colaborativo, em que você mostra vulnerabilidade, fortalece a confiança, fortalece o time. O líder que mostra vulnerabilidade é corajoso”, orienta.