Dona da própria marca de roupas, Lindalva Alves, 49 anos, espera o dia em que verá as duas unidades da loja Ava, ambas na Feira do Guará, abertas. Há sete anos, a designer de moda formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) se dedica a cuidar das bancas de roupas e acessórios. Cerca de 80% dos produtos são criados por ela, como joias artesanais e tecidos pintados à mão. Sobre o período da pandemia, ela comenta: “Realmente, está muito difícil. Não só para mim, mas para todos os comerciantes”.
Lindalva tenta reinventar-se enquanto as lojas não podem reabrir. No Instagram, tem publicado as peças e feito promoções, mas sem muito sucesso. “Só tenho a loja para sobreviver e não estou vendendo nada pela internet”, conta. Para não demitir as duas funcionárias que tem, a designer suspendeu temporariamente os contratos por dois meses. O ato é legal, de acordo com Medida Provisória (MP) 936 de 1º de abril de 2020, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública decorrente da pandemia.
Na volta, Lindalva pretende manter os contratos suspensos e conta com a ajuda de uma nova gerente. Segundo ela, os lucros serão incertos, mesmo quando as lojas abrirem. Por isso, não pode arriscar recontratar sem saber se poderá pagar os salários. A designer diz não ter receio em voltar para a feira. “Eu penso que as pessoas têm de ter consciência, tanto o empresário quanto os clientes”, diz. As regras para reabertura estão previamente determinadas: o estabelecimento deverá ser limpo três vezes ao dia, principalmente o balcão, o vestiário e a máquina de cartão.
“Saiu uma cliente, tem que limpar”, afirma. A entrada dos fregueses será controlada. Além disso, só poderão entrar pessoas usando máscara. Lindalva planeja ter um estoque do acessório para oferecer, caso o visitante não tenha. Álcool em gel deverá estar sempre ao alcance. “É uma maneira de proteger a mim e o cliente”, explica. “Tem tudo para dar certo se cada um fizer sua parte e ter respeito pelo outro. É o momento de a gente se ajudar”, completa.
"Quando reabrir, saiu uma cliente, tem que limpar. É uma maneira de proteger a mim e a pessoa”
Lindalva Alves, dona de duas lojas na Feira do Guará que ainda não reabriram